tag:blogger.com,1999:blog-2463587220357497402024-03-14T01:59:09.303-07:00o enigma de andrômedaNajmahttp://www.blogger.com/profile/01129331866123466624noreply@blogger.comBlogger16125tag:blogger.com,1999:blog-246358722035749740.post-88156979834539541122012-03-05T13:09:00.003-08:002012-03-05T13:18:15.438-08:00O ateísmo em militância...<div><span>Não descarto, de modo algum, o papel centralizador da religião desde os primórdios das civilizações humanas. Impérios foram criados e desfeitos em nome da fé, quer em deuses, quer em monarcas divinizados. As grandes obras humanas da antiguidade, que permanecem até hoje, têm conotação religiosa, ou estão intimamente ligadas à astronomia, determinando uma aspiração nossa de estarmos ligados com o céu acima de nós, talvez nossa experiência mais sagrada. Nós temos conosco a ambição da transcendência, da permanência, o desejo de prosseguir além da morte e as religiões são criadas também em função dessa nossa necessidade de não sermos apenas animais perenes num mundo em mudança continua. E, além disso, temos um senso de obediência ao centro bastante arraigado. Basta que reconheçamos o pai ou o líder do bando, e estamos aptos a segui-lo.<br /><br /></span></div><div><span>O problema todo acontece quando seres humanos, alçados à liderança de grupos humanos e aproveitando-se dessa vulnerabilidade humana, não se utilizam de todo potencial humano sob seu comando para o engrandecimento de nossa espécie mas para fins de autopromoção, auto engrandecimento e principalmente, destruir os obstáculos no caminho. Ateus, pelo fato de não estarem à mercê de lideranças religiosas, têm mais facilidade de encontrarem os problemas intrínsecos no arrebanhamento de humanos... Não se trata de má vontade, portanto, mas de uma avaliação do que de fato religiões acabam sendo em mãos inescrupulosas: meios de enriquecimento ilícito de alguns, controle e manutenção do "status quo" da grande maioria mantida na ignorância. Ah, sim, a vulnerabilidade também é explorada por políticos inescrupulosos. Daí a necessidade, principalmente, da manutenção da ignorância das massas.</span></div><div><span><br /></span></div><div><span>É nesse sentido que, nas mãos erradas, Religião é Veneno. Porque nubla o raciocínio, impede questionamentos, nubla a razão através de ameaças... ou promessas de benesses vindouras, tirando o foco do aqui agora, onde as reais mudanças acontecem e lançando os crédulos sem capacidade de discernimento na constante dúvida de serem merecedores inclusive dos infortúnios que os acometem como tábua de salvação. Enquanto pagam seus dízimos e suas dívidas eternas para os pastores do rebanhão...</span></div><div><span><br /></span></div><div><span>Não se trata de radicalismo quando esses problemas são apontados. Deveria servir, acima do mal estar que provoca nos membros de grandes congregações, para que houvesse um maior comprometimento por parte das lideranças religiosas em não continuarem cegos guiando cegos. No entanto, munindo-se ainda dos poderes a eles concedidos pela exploração inescrupulosa de nossa vulnerabilidade aos desmandos de quem detém o poder e pretensamente nos guia à transcendência, mostram-se profundamente ofendidos ao serem apontados como cânceres impedindo nosso desenvolvimento como espécie e lançam maldições e projetos de lei atualmente no Brasil, ao invés de mudarem sua forma inescrupulosa de controle das massas ao seu comando. </span></div><div><span><br /></span></div><div><span>Trata-se, acima de tudo, de um desejo de que essa realidade mude! O problema não está na religião em si nem na religiosidade inerente ao humano através de sua propensão de identificar e seguir o centro, mas no uso indevido do poder atribuído a alguns mal intencionados que, abusando da liberdade concedida de fazerem o que bem entendem com as rezes sob seu comando, continuam com a tarefa de engrandecimento das próprias contas bancárias e de suas reputações ilibadas em conformidade com a fé de que estão em comunhão com Deus e portanto, em conformidade com a sua vontade, enquanto o povo permanece na mais absoluta ignorância. </span></div><div><span><br /></span></div><div><span>Veja como até mesmo a conotação de "vós sois deuses" foi deturpada de seu significado libertador contido nas palavras atribuídas a Jesus quando se fala em submissão a Deus. Que de pai, passa a "governante" exigindo tributos. Que de benevolente para com toda a criação, passa a vingador de injustiças cometidas contra seus representantes... condenando ao fogo do inferno, ou à condição de execrável quem não estiver em conformidade com suas leis. Até o amai-vos uns aos outros é relegado a último plano quando se fala em aceitar diferenças... E o ódio ao semelhante, travestido de obediência a Deus, é disseminado de forma descarada e no entanto, totalmente dissimulada pelos que dizem seguir as escrituras acima de seus corações.</span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div>Najmahttp://www.blogger.com/profile/01129331866123466624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-246358722035749740.post-82276918303158505052012-02-02T11:16:00.000-08:002012-02-02T11:16:17.666-08:00Consequências do Pecado - Parte 1/2Ilustrando a forma binária de enxergar a vida, se alguém não estiver certo, estará errado e será punido... <br /><br /><iframe width="459" height="344" src="http://www.youtube.com/embed/XLfwRL6HlRI?fs=1" frameborder="0" allowFullScreen=""></iframe>Najmahttp://www.blogger.com/profile/01129331866123466624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-246358722035749740.post-55038004268140337202012-02-02T10:22:00.000-08:002012-02-02T11:24:04.425-08:00Digressões digestivas...<span >O sentimento de unicidade pode ser o mesmo que inspira as mais importantes religiões, pelo menos as que tem maior número de adeptos no ocidente. Mas... O problema é o "uso" desse sentimento de unicidade. Eu, você, nós que já não seguimos fé religiosa alguma, podemos até sentir o que seja esse estar conectado a tudo pela nossa própria origem atômica-molecular e não impomos a necessidade de sermos "bons" ou de estarmos agindo corretamente para alcançarmos esse estado de conexão. Ele simplesmente acontece e independe de crermos nele. Já para o religioso monoteísta, existe a necessidade de estar em "sintonia" com o que se imagina ser o "bem" a fim de que Deus(ou "aquilo que empresta existência ao universo") possa se manifestar na vida desse alguém. Senão, o "mal" é o que se manifesta... e toda sorte de "erro", perversão, corrupção, má formação, defeitos, acontece.<br /><br />As implicações disso são a constante vigilância dos próprios atos visando manter a tal da sintonia. E a vigilância constante dos atos alheios a fim de que não desviem do "bom caminho". Bem resumidamente, é isso que torna o seguidor de monoteísmos fundamentados na dualidade "bem/mal" tão predisposto ao fanatismo: O controle do fiofó alheio a fim do sujeito próprio não cair na tentação. O fanatismo e tudo que nele implica nasce de controlar e olhar o rabo alheio antes de olhar o próprio rabo. Nasce de exigir do outro o comportamento exemplar, antes de exigir tal comportamento de si mesmo.<br /><br />Exemplificando a importância do "bom caminhar", a origem de termos como "pecado" vem de percorrer mal o caminho, de estar manco, de não estar de acordo com o que se espera do "bom caminhante". E o caminho nada mais é do que a própria existência e tudo que nela se manifestar, quer em conformidade com o que se imagina ser Deus=bem absoluto, perfeição absoluta, quer em não conformidade com isso na forma de toda sorte de erros, defeitos, má formação. Daí a segregação de tudo que não seja harmônico, belo, simétrico, criado com uma finalidade X, ou Y e do que se possa esperar X ou Y atitudes, desejos, aspirações, etc. A idéia do "propósito divino" para cada um nasce daí. De estar ou não em "sintonia" com Deus e isso manifestar-se na própria existência de quem de qualquer forma existe, ou não estaria aqui se manifestando.<br /><br />Percebe as implicações disso? No final, o que se tem é uma das formas mais abjetas de controle das massas jamais cogitada. Você tira de cada um a possibilidade de manifestar-se livremente e obter resultados imprevisíveis, mesmo que ainda totalmente sujeitos à aplicação de leis físicas e oferece a cada um a chance de pretender controlar o destino(onde se pretende chegar...) a partir da opção de escolha entre fazer o "bem" e estar em "sintonia" com Deus e com isso percorrer bem o caminho, ou escolher fazer o "mal" e arcar com as consequências de tal atitude "manca". Deus continua onde sempre esteve... o ser humano é que se torna incapaz de percebê-lo ao condicionar a si mesmo a necessidade de buscá-lo. E com isso, torna-se sujeito a que o lembrem a todo momento da necessidade de manter a sintonia... O poder e a consciência de que na realidade se é o próprio universo, que se está conectado a tudo e todos através da unicidade manifesta pela própria existência, é relegado a último plano e é assim que o "filho de deus" torna-se súdito ao invés de abraçar para si a condição de majestade. Existe a partir daí a necessidade de uma fé cega e burra ao invés do sentimento de conexão de tudo com tudo e os espertalhões aproveitam-se disso impondo que a pretensa sintonia subjugada aos desmandos dos representantes divinos é o que pode salvar o caminhante do pecado e alçá-lo ao seu almejado destino feliz.<br /><br />Some-se a isso a incapacidade de interpretação correta das coisas, a visão distorcida, que juntas criam as religiões à imagem e semelhança de seus seguidores. Então, entendem por "bem" aquilo que eles acham que é bem. E não há meios de dizer que seja um bem absoluto. Daí todo problema relativo à não aceitação das diferenças, daquilo que eles consideram defeituoso, doente, "errado" e portanto impuro, longe da "sintonia" com Deus, ou com aquilo que eles interpretam que seja perfeição absoluta também. Daí que eu falei no "uso" logo de cara. Tudo isso sendo usado pra manipular mentes, criar dependência, impossibilitar pessoas de estabelecerem ligação com o todo, que é direta, basta estar disposto a sentir. E com isso, com a dependência estabelecida, com o poder de decisão tirado das mãos dos fiéis, manter o séquito de seguidores aptos a manterem os custos dos grupos criados ao redor dos autoproclamados "emissários" divinos. O resultado é o que se vê: religiosos controlando os outros, religiosos julgando os outros, religiosos mortos de vontade de fazer exatamente aquilo que é proibido pela forma doentia de encarar a busca pela perfeição e pelo "bem", capazes até de matarem quem faça/aja diferente deles. Intolerância, hipocrisia... tudo em nome de manter-se no caminho sem pecar.<br /><br />Resumindo: Eu vejo religião como uma forma de manter pessoas unidas em grandes grupos sem que se matem. Políticos na figura de reis, imperadores, já sacaram isso muito antes de existirem religiões ocidentais, ou não teríamos tantos monumentos da antiguidade feitos por milhares de pessoas focadas em agradar seu deus personificado na figura do regente. E cada uma tem suas regras, a depender das pessoas envolvidas.<br /><br />Eu não sou a favor de combater religiões por uma questão de coerência. O senso de culto ao centro nasce espontaneamente em grupos humanos. Basta ver até como os grupos ateus se comportam. De repente, se não fizer de conta que todo mundo é igual, não vai pra frente. E as regras ou leis nascem espontaneamente também. Sempre buscando criar vínculos entre os envolvidos, metas a serem alcançadas e aceitação quase inconteste do que o líder, ou líderes, disserem.<br /><br />O que eu combato é a aceitação pura e simples do que é dito seja lá por quem for, sem questionamento, sem entender o que está movendo a roda. E o medo de não ser aceito, caso não aceite, nem se dance conforme a música que estiver tocando. Isso porque, em algumas pessoas, isso tem o efeito de criar condições para o fanatismo (seguir regras sem questionar), o fundamentalismo (ditar regras e impô-las sem levar em conta a vontade dos demais). Daí, meu combate é ao espírito de rebanho, pensamento de grupo, comportamento de manada. Coisa que religiões centradas no indivíduo, ou naquilo que ele tem que desenvolver por si mesmo apenas e tão somente, não incentiva, nem estimula, muito pelo contrário. O budismo é assim. O ocultismo também, bem como todo esoterismo(não falando no eXoterismo, que é outra coisa... ), prática de artes marciais, enfim, todas as práticas que exigem do praticante uma disciplina e um desenvolvimento pessoal e intransferível, fazendo com que não adiante olhar o rabo do outro pra ver se está sujo ou não, porque o que importa é cuidar do próprio rabo.<br /><br />O alvo das inquietações, portanto, são as religiões fundamentadas na aparência, no volume de adeptos, do desejo de manter todos juntos sem questionamento, o que estimula o nivelamento bem por baixo a fim de não criar mal estar pelas diferenças de opiniões... e as consequências são as que a gente sai batendo por aí adoidado, na forma de absurdos e imbecilidades sendo levadas a sério.</span>Najmahttp://www.blogger.com/profile/01129331866123466624noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-246358722035749740.post-51808268984528807312012-01-27T11:22:00.000-08:002012-01-27T11:30:49.531-08:00Neoateísmo, Mecânica quântica, Deus das lacunas...<span><span style="line-height: 14px; "><div>Eu não gosto de fanatismo de espécie alguma. Fanatismo é o que destrói a capacidade humana de refletir sobre questões, de buscar meios de fazer-se entender, de aceitar diferentes opiniões como parte de um todo de informações a ser peneirado. Quando as questões caem no "certo" ou "errado", o questionamento deixa de ser viável. E é onde a intolerância e o fanatismo fazem escola. </div><div><br /></div><div>O problema não é o neoateísmo mas as verdades incontestáveis que o fanático fica bradando. De repente, com a mesma fúria com que o fanático religioso prega que Deus existe e deve ser respeitado, o fanático do outro lado diz que ele não existe e que religiões devem ser banidas. No meio, perde-se o respeito à individualidade, o respeito à opinião alheia e o uso da dialética a fim de levar pessoas a chegarem a conclusões por si mesmas e não serem obrigadas a aceitarem aquilo que está sendo divulgado. </div><div><br /></div><div>Agora... não se trata de fanatismo quando alguém tenta, by all means, explicar que o uso de certas áreas da ciência em outras áreas do conhecimento humano pode levar a absurdos conceituais, levar à má interpretação, levar ao engodo, levar ao erro... A questão então é separar o que é"pregação" daquilo que é uma tentativa muito frustrada, às vezes, de fazer entender que um sapato usado na cabeça não é chapéu, é um sapato colocado na cabeça, uma saia usada como blusa fica estranha, batom passado na bunda não é convite a beijo...</div><div><br /></div><div>Um exemplo: Mecânica quântica pode ser aplicável até na preparação de bolos, sorvetes. Você coloca um nome "quântico" junto e tem um prato quântico. Bolo de nozes com cobertura de chocolate "quântico". Banana orgânica quântica vira frapê quântico de banana orgânica se for batida com leite quântico. A questão é explicar o que o "quântico" quer dizer fora de um contexto "quântico". :)</div><div><br /></div><div>Não se trata de intolerância quando alguém vem de boa vontade explicar que isso é salada carregada na maionese quântica, ou não. Trata-se sim daquela tentativa, frustradíssima em alguns casos, do sujeito bem intencionado explicar que a pessoa está fazendo bobagem quando mistura as coisas porque sim, ou porque a ciência não tem todas as respostas... ou porque somos ignorantes das questões mais cruciais. O caso é que ninguém em sã consciência vai usar um pé de meia suja pra escovar os dentes. Não vai usar um par de tênis pra pentear os cabelos, não vai usar uma colher pra limpar o popô. Mas então, só porque é quântico, tem que ser multiuso e/ou usável pra explicar qualquer furo de entendimento, no melhor estilo "deus das lacunas"? Não... quer dizer, não deveria...</div><div><br /></div><div>Repetindo para fixar: Não se trata de fanatismo, não se trata de pregação, não se trata de intolerância... não se trata sequer de neoateísmo quando isso acontece. Trata-se de tentar, by all means, explicar que o deus das lacunas não deve ser evocado.<br /><br />Jamais.</div></span></span>Najmahttp://www.blogger.com/profile/01129331866123466624noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-246358722035749740.post-83070672661074325372011-12-23T01:19:00.000-08:002011-12-23T19:14:13.727-08:00Deus, Papai Noel, Coelhinho da Páscoa...<a href="http://www.agenda.ro/pictures/diverse-3/big-bang-interior_b.jpg"><img style="text-align: center;float: left; margin-top: 0px; margin-right: 10px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; cursor: pointer; width: 500px; height: 300px; " src="http://www.agenda.ro/pictures/diverse-3/big-bang-interior_b.jpg" border="0" alt="" /></a><br /><div><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>... Quando eu vejo a que ponto se chegou nessa história de ateísmo ser “crença justificada na inexistência de Deus”, eu não me privo de lembrar as centenas de discussões que eu já presenciei sobre o tema, bem como a total impossibilidade fazer-se entender quando a discussão gira em torno da finalidade da filosofia para assuntos práticos. E ateísmo é um assunto prático. Trata-se de uma questão de eliminar o que não interfere, não acrescenta nem subtrai e abrir espaço para o que realmente importa. E o que realmente importa em se tratando de nós mesmos é a forma como driblamos nossa natureza agressiva, vingativa, rancorosa, destrutiva, através de condicionamentos impostos. Deus entra então como parte desse condicionamento visando tornar-nos aptos a vivermos em grupos maiores que uma família.</div><div><br /></div><div>Eliminar a crença nele como “algo além disso” é prático. É ter encontrado sua finalidade e apropriar-se da finalidade, fazer uso da finalidade,dispensando o veículo. O “bem” que podemos fazer então “não vem de Deus” mas de nós mesmos, da apreciação da realidade, da motivação de tornar pessoas menos propensas ao erro em cada situação. O erro nesse caso é impedir ou atrapalhar a realização do outro, é pensar apenas em si mesmo sem enxergar as necessidades dos outros, é não estar aberto ao entendimento do que sejam tais necessidades. E com isso não permitir que todo potencial humano em prol de nós mesmos seja aproveitado para o nosso desenvolvimento como espécie.</div><div><br /></div><div>O problema todo quando se fala em Deus então é confundir o condicionamento a que estamos sujeitos desde tenra idade nesta porção ocidental-cristã do mundo, com a crença em Deus. O agente tem sido o ser humano desde sempre. A crença ou não em Deus é um detalhe. Ser “bom” ou “mau”, uma opção a despeito de tal crença. Tratar o ateísmo como crença então, entra naquela necessidade humana de fazer com que as idéias caibam no entendimento e não expandir o entendimento para ficar compatível com tais idéias… Dá na mesma quando se quer explicar o que é dobra espaço-temporal pra quem não está a fim de entender a teoria da Relatividade do ponto de vista de um físico. Falar que ateísmo é crença então é coisa de quem não assimila o ateísmo a partir do ponto de vista de um ateu.</div><div><br /></div><div>O que um ateu faz, seja sabendo disso ou não, é chegar à conclusão da não-necessidade do conceito Deus usado para o condicionamento a que me referi acima. É simples, rápido, prático, sem esforço. Deus é invenção nossa, de nossa espécie, um regente supremo a que todos devemos obediência por imposição de outros humanos assumindo para si mesmos o papel de assistentes desse regente para, e a partir disso, regerem a nossa espécie. Tirar Deus da jogada então é uma consequência direta de quando entendemos o papel dele em nossa sociedade. Não se trata de uma crença na inexistência dele mas da compreensão do que ele representa na vida das pessoas. Portanto, descartar a crença nesse personagem criado à nossa imagem e semelhança, do tamanho de nossas aspirações e entendimento, não se trata de uma crença. Mas da compreensão da não-necessidade de tal crença.</div><div><br /></div><div>Eu entendo a resistência ao entendimento de algo tão simples… é a incapacidade de perceber os nuances do que de fato é uma crença. Não se crê na inexistência de Papai Noel. Nós sabemos que ele existe como conceito. Não se crê na inexistência de coelhinho da Páscoa. Nós também sabemos que ele existe como conceito. Não se crê na inexistência de Deus. Ele também existe como conceito. MAS… a partir dos atributos racionais de que dispomos, nós dispensamos tais crenças em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e Deus. Nós não cremos neles como entidades reais, como “seres” a que se possa atribuir inexistência… nós os criamos, eles existem. Cabe a nós reduzi-los ao que são de fato: parte de nossos mitos e de nossa necessidade de condicionarmo-nos a não nos destruirmos.<br /><br />________________________<br /><br />Excerto de uma discussão levada a cabo <a href="http://scienceblogs.com.br/100nexos/2011/12/atesmo-halsenflugel/comment-page-1/">aqui</a>.</div>Najmahttp://www.blogger.com/profile/01129331866123466624noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-246358722035749740.post-53413741890609760642011-12-16T09:11:00.000-08:002011-12-16T10:28:29.360-08:00Mais lenha, por favor...Munida de archotes, a população inteira do povoado sai em busca daquela "vadia". Muitos ali nem sabem ao certo o que ela fez mas se estão todos unidos em busca da "vadia", é sinal que ela merece ser buscada. Sua casa, abandonada às pressas, é queimada, seus pertences espalhados, sua vida com a qual ninguém antes se preocupou, caiu em domínio público. <br /><br />Acuada atrás de pilhas de feno nas cercanias do povoado, a criatura é pega, arrastada pela turba em desvario e levada ao centro do povoado. Decidem às pressas qual a punição cabível, aquela que irá "lavar" a "alma" dos presentes, justificando sua captura altas horas da noite. Será despida, molestada sexualmente aos olhos de todos, depois, arrancam-lhe as unhas, esbofeteiam-na, aplicam-lhe paus e pedras, cuspes e ponta pés. Um a um, os acusadores revesam-se na aplicação de penas cada vez mais grotescas até que, depois do último desmaio, em que a criatura não mais responde aos baldes de água, decidem por atear-lhe fogo. É então amarrada em uma estaca, cercada por lenha, algumas touceiras de mato seco. <br /><br />O fogo então, lentamente, incumbe-se da tarefa de extinguir a vida e os sinais de existência de alguém odiado pela população em peso do povoado. Alguns continuam gritando, na ânsia de verem o horror naquele rosto prestes a ser consumido. Os olhos da "vadia" então abrem-se e, cercada pelo fogo, a criatura põe-se a gritar a todos pulmões, para satisfação da massa popular ali reunida. A "justiça" foi feita. O ribombar distante acusa chuva forte a caminho... um a um, os populares deixam a cena para trás de si. Estão prontos para encarar a vida na manhã seguinte, como se nada tivesse acontecido na noite anterior. Seus "pecados" estão perdoados. A vítima da expiação os levou consigo...<br /><br />Uma mulher é flagrada batendo em seu cãozinho indefeso. Nesses tempos em que todos podem ter à disposição algum dispositivo capaz de captar imagens em vídeo, alguém no andar de cima de uma casa começa a filmar a sequência de golpes covardes aplicados no cãozinho no quintal que, de tanto apanhar, acaba incapaz inclusive de ganir de dor. Parece uma trouxinha de pelos sendo arremessada contra a parede, o chão, até que não satisfeita, em outro momento, a algoz coloca um balde vazio virado por cima do animal. O video acaba. Quem fez a filmagem, possivelmente a empregada da agressora, decide não levar as evidências diretamente à polícia, sob o risco de não ser sequer levada a sério. Decide por hospedá-lo no Youtube. <br /><br />Munida de conexão com a internet, a população em peso de redes sociais sai em busca de dados pessoais da agressora do cãozinho. Querem-na viva, de preferência. Numa sequência de milhares de respostas ao video, milhares de pessoas depõem contra a atitude covarde da infeliz que golpeia seu cãozinho na frente de sua filha de 3 anos. Mas a indignação não acaba aí... e, um a um, vão expressando sem pudor o que seriam capazes de fazer com aquela mulher capaz de matar um cãozinho na "porrada". Um a quer empalada viva, o outro faria com ela o mesmo que ela fez com o cãozinho, outros descrevem como a fariam sofrer tendo seus orifícios anal e vaginal penetrados por cabos de vassoura, pedaços de bambu, areia, cavaco de metal... uns falam em extrair-lhe as vísceras com as próprias mãos, outros em arrancarem os olhos, os cabelos, as unhas... em queimarem seu corpo com ela ainda viva. O pior é saber que não se privariam de fazer essas coisas caso lhes fosse permitido. E assim, vingariam a possível morte de um cãozinho com o suplício da agressora, até que inclusive suas cinzas fossem carregadas pelo vento. E todos, "salvos" de seus próprios demônios, voltassem à rotina de suas vidas, depois de extravasarem-nos em sua vítima expiatória da vez... <br /><br />Possivelmente, uns 1000 anos nos separam do bode expiatório descrito na abertura deste texto. E, no entanto, basta que a indignação contra algum feito de outro alguém venha à tona, lá está o bode da vez. Neste mesmo momento em que dispomos de tantos recursos, em que tanto lutamos contra nossos instintos mais básicos, é assustador saber que ainda somos os mesmos... Para nossa sorte, dispomos também de leis que nos preservam de nossa natureza agressiva, impiedosa, punitiva, como uma bênção. Em compensação, os demônios continuam à espreita dentro de cada um de nós. E onde a aplicação de leis é falha, lá estamos nós fazendo justiça com as próprias mãos, "lavando" nossas "almas" de todo "pecado". <br /><br />O fato é que é assustador pensar que muitos dos mesmos que expressaram tamanho repúdio aos maus tratos contra o animal teriam coragem de aplicar tantas e tamanhas punições contra a agressora do mesmo animal. Em o nome da "justiça"...<br /><br />Depois de disporem dos dados da agressora do cãozinho e espalhá-los por toda parte das redes sociais, mesmo sem a possibilidade de supliciar a agressora do animal, a "justiça" foi feita. E... "[...]um a um, os populares deixam a cena para trás de si. Estão prontos para encarar a vida na manhã seguinte, como se nada tivesse acontecido na noite anterior. Seus "pecados" estão perdoados. A vítima da expiação os levou consigo...". Fecha aspas.Najmahttp://www.blogger.com/profile/01129331866123466624noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-246358722035749740.post-29393423023242043842011-12-08T03:04:00.000-08:002011-12-08T03:10:09.600-08:00Meme, Eu mesmo, Eu<div style="text-align: -webkit-auto;"><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" style="font-size: 12px; line-height: 17px;"><div>O livro arbítrio sob a luz da memética.</div><div>Texto de Susan Blackmore para a New Scientist.</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Suspenda seu braço à sua frente. A qualquer momento que você decidir, de sua livre e expontânea vontade, flexione seu pulso. Repita isto algumas vezes, estando certo de que você o faz tão conscientemente quanto puder. Você provavelmente irá experimentar algum tipo de processo de decisão no qual você deixa de não estar fazendo alguma coisa e então decide-se a agir. Agora, pergunte a si mesmo: o que deu início ao processo que conduz à ação? Foi você?</div><div><br /></div><div>O neurocientista Benjamin Libet, da Universidade da Califórnia em São Francisco, recrutou voluntários para fazerem exatamente o que foi proposto acima. Um relógio permitiu aos voluntários perceberem em que momento exatamente eles decidiram agir, e ao colocar eletrodos em seus pulsos, Libet pôde avaliar o tempo exato do início da ação. Mais eletrodos em seus couros cabeludos puderam reportar um padrão particular de ondas cerebrais chamado de "potencial de reação", que ocorre prontamente antes de qualquer ação complexa e está associado com o planejamento cerebral dos próximos movimentos.</div><div><br /></div><div>A descoberta controversa de Libet foi que a decisão de agir veio depois do potencial de reação. Parece que é como se não houvesse um "ser" consciente comandando as sinapses e dando início às ações.</div><div><br /></div><div>Esta e outras pesquisas fizeram-me acreditar que a idéia do "ser" é uma ilusão. Você não é nada além de uma criação dos genes e memes em um único meio. Memes são idéias, habilidades, hábitos, estórias, canções ou invenções que são passadas de pessoa para pessoa por imitação. Eles deram forma às nossas mentes, conduzindo-nos ao desenvolvimento de cérebros grandes e da linguagem porque estes serviram para disseminar os memes. Mas os memes mais brilhantes são aqueles que nos persuadem a pensar que nosso "ser" realmente existe. Nós todos vivemos nossas vidas como uma mentira. Os Memes têm feito com que vivamos assim porque ao dar-nos a ilusão do "ser" eles podem sobreviver e serem disseminados.</div><div><br /></div><div>O termo meme foi cunhado pelo biólogo Richard Dawkins em seu livro publicado em 1976 chamado O Gene Egoísta, onde explora os princípios do Darwinismo. A idéia de Charles Darwin é simples, apesar de ser mal compreendida freqüentemente. É assim: se os organismos podem variar, se apenas alguns deles podem sobreviver e se qualquer coisa que ajudou-os a sobreviver é transmitida a seus descendentes, então os descendentes serão melhor adaptados que seus pais. Desta maneira, os organismos são gerados pelo processo de cópia e seleção, de acordo com o meio ambiente em que vivam. Como Darwin coloca, se temos variação, seleção e hereditariedade, então deve haver evolução.</div><div><br /></div><div>Darwin não teve o benefício de nosso conceito moderno de algoritmo, nem da nossa atual tendência de observar tudo através de processos físicos fundamentais da vida em termos de informação (veja "I is the law", New Scientist, de 30 de Janeiro de 1999, p 24). Contudo, ele viu que este processo inconsciente poderia produzir formas sem que houvesse um criador para as mesmas. E foi o filósofo americano Daniel Dennett quem concebeu a idéia do "algoritmo evolucionário", em cujo cerne encontra-se a informação que é copiada ou o replicador.</div><div><br /></div><div>Na evolução biológica, os replicadores são genes, mas não há motivo para se pensar que não poderia haver outro tipo de sistema evolucionário com outros replicadores. Este foi o ponto de Dawkins--que a idéia de Darwin era muito importante para estar restrita apenas à área biológica--e ele quis algum outro exemplo. Então inventou o meme.</div><div><br /></div><div>Tudo o que se aprende por cópia a partir de uma outra pessoa é um Meme. Isto inclui seu hábito de dirigir à direita ou à esquerda, comer amendoins torrados, vestir jeans, ou sair de férias. Você não faria nenhuma dessas coisas, ou coisas parecida, se alguém já não as tivesse feito antes. A imitação, diferentemente de outros métodos de aprendizagem, é um tipo de cópia ou réplica. Outros animais podem ser mestres de aprendizagem, assim como os esquilos lembram-se de suas centenas de estoques de comida, ou gatos e cães constroem extensos mapas mentais. Mas isto é aprender por associação, ou tentativa e erro. Apenas através da imitação os frutos do aprendizado são passados de um animal para o outro e os humanos não têm rivais em termos de capacidade de copiarem-se uns aos outros.</div><div><br /></div><div>Mas os memes são replicadores? Em outras palavras, estariam eles sujeitos ao conceito de algoritmo de variação evolucionária, seleção e hereditariedade? Eu digo que a resposta é sim. Memes são "herdados" quando copiamos as ações de outra pessoa, quando passamos uma idéia ou uma história, quando um livro é impresso, ou quando um programa de rádio é difundido. Os memes variam porque a imitação humana está longe de ser perfeita e as oscilações de memória significam que toda vez que nós recontamos uma estória nós a modificamos em algum detalhe, ou esquecemos algum ponto de menor importância. Por último, existe uma seleção das memórias que arquivamos. Pense em quantas coisas você ouve em um só dia e quão pouco delas você transmite a mais alguém. Pense em quantas idéias científicas você leu e quão poucas serão lembradas por você.</div><div><br /></div><div>Para compreender o que faz um meme bem sucedido, vamos partir do "ponto de vista de um meme". Imagine um mundo cheio de hospedeiros para memes (assim como os cérebros), e muito mais memes do o número de moradas existentes. Quais memes são mais capazes de encontrar uma moradia segura e serem passados adiante? Memes altamente memorizáveis poderiam fazer isso bem, assim como os úteis (ciência, talvez), e aqueles que provoquem fortes reações emocionais. Aqueles que se encaixam bem com nossas predisposições genéticas devem ter sucesso--daí as fotos sexys chegam em todo lugar e as receitas se espalham pelo mundo</div><div><br /></div><div>As cartas-correntes, como os vírus, espalham-se porque nelas estão incluídas instruções para passá-las adiante, munidas de promessas ou ameaças. O mesmo pode ser dito dos cultos e religiões--de fato, Dawkins chama as religiões de "vírus da mente". Elas obtém sucesso por causa do truque do qual elas se utilizam para persuadir-nos a copiá-las. Se isto soa como se os memes têm planos e intenções, lembre-se de que o único processo acontecendo é o da seleção. Os memes que são copiados--seja lá por que razão for--permanecem conosco, o resto deixa de existir.</div><div><br /></div><div>Algumas pessoas desaprovam a idéia dos memes afirmando que os memes não são como genes. Não, eles não são genes. Não podemos separar os memes numa única molécula de DNA como podemos fazer com os genes. Memes também variam enormemente em termos de tamanho de sua unidade efetiva, que vão de algumas notas a uma sinfonia completa ou de uma simples palavra a um livro inteiro. E enquanto os genes utilizam-se do mecanismo de síntese protéica das células para replicarem-se, os memes utilizam-se do cérebro humano como seu dispositivo de cópia.</div><div><br /></div><div>Então, se tentarmos imaginar analogias restritas entre genes e memes, vamos nos desviar do objetivo. O ponto inicial correto não é a analogia com os genes, mas o princípio do Darwinismo. A partir desta perspectiva, o ser humano é a criação de dois replicadores egoistas, genes e memes, trabalhando juntos. E a partir do momento que observamos desta forma alguns dos mistérios da mente humana começam a fazer sentido.</div><div><br /></div><div>Por exemplo: por que nós temos uma linguagem, uma cultura complexa e cérebros tão grandes? Estes desenvolvimentos evolucionários não custaram barato. Nós podemos falar somente porque nosso pescoço, boca e cérebro foram completamente reestruturados. Em proporção à nossa massa corporal, nosso cérebro é três vezes maior que o de nossos parentes mais próximos. Este imenso órgão faz do ato de nascer um processo perigoso e doloroso, é difícil de ser estruturado e num humano descansando utiliza algo em torno de 20% da energia corporal, mesmo tendo apenas 2% do peso do corpo. Deve existir alguma razão para toda este gasto evolucionário.</div><div><br /></div><div>Co-Evolução</div><div><br /></div><div>Os primeiros teóricos sugeriram que nossos ancestrais de cérebros maiores sobreviveram por que eles eram os melhores em matéria de caçar e achar comida, enquanto teorias mais modernas enfatizam complexas pressões sociais. Por exemplo, a hipótese da inteligência Maquiavélica sugere que nossos ancestrais precisaram de um cérebro maior a fim de enganar os outros, detectar logro, e lembrar-se de quem fez o que a quem (veja "Liar! Liar!", New Scientist, 14 February 1998, p.22). De acordo com o psicólogo Robin Dunbar da Universidade de Liverpool, a função da linguagem é tagarelar, e assim a tagarelice é um substituto para os grunhidos a fim de manter grandes grupos sociais juntos. Outras teorias enfatizam o uso de símbolos e sua importância na comunicação.</div><div><br /></div><div>Todas estas teorias têm alguma coisa importante em comum. Elas presumem que a função última do cérebro humano e da linguagem é servir aos genes. Se você for um Darwinista pode pensar que esta é a única resposta possível porque o desenvolvimento de organismos destinados a uma função somente pode ser o resultado da seleção natural trabalhando através dos genes. Mesmo assim, isto seria ter uma visão muito estreita do Darwinismo, já que os genes não são necessariamente os únicos replicadores. Uma vez que você admita a idéia de que os memes tem estado co-evoluindo com os genes, uma nova possibilidade abre-se--a de que o cérebro humano e a linguagem evoluiram não para disseminar genes, mas para disseminar memes.</div><div><br /></div><div>Pode ter sido assim: Membros de uma espécie primitiva de hominídeos adquiriram a difícil e rara habilidade de imitarem-se uns aos outros. A princípio, eles imitaram coisas importantes para sobrevivência, assim como novos modos de carregar comida, caçar ou fazer ferramentas. Uma vez que estas habilidades ajudaram-nos a sobreviver, fez sentido a todos os demais imitarem os melhores imitadores e também tentar unirem-se, casarem-se com eles. Isto significou que os genes dos bons imitadores difundiram-se e, já que a imitação é difícil e requer um cérebro grande, o tamanho cerebral aumentou.</div><div><br /></div><div>E tão logo os primeiros humanos tornaram-se imitadores mais hábeis, qualquer meme que fosse bom em ser copiado, por qualquer razão, tenderia a ser melhor difundido. A prática de copiar sons para comunicação tornou-se um dos mais úteis memes para os humanos. Sons podem ser usados para transferir memes para muitas pessoas de uma só vez. Se ele puder ser agrupado em unidades distintas--assim como acontece com as palavras--então a fidelidade das cópias é aperfeiçoada e os memes serão difundidos mais adiante e mais facilmente sem serem corrompidos.</div><div><br /></div><div>Se as variações na ordem das palavras puder ser copiada, então mais espaços para os memes são abertos, permitindo que mais memes sejam difundidos. Assim, com as pessoas tanto imitando como tentando unir-se aos melhores imitadores, a habilidade de copiar palavras complexas em ordem precisa será disseminada, tanto memeticamente quanto geneticamente. Em outras palavras, pelo que poderíamos chamar de "direção memética", os memes pressionam os genes a criarem aparatos ainda melhores a fim de disseminá-los. Isto significa grandes cérebros "moldados" especialmente para a linguagem.</div><div><br /></div><div>Este processo pode não parecer familiar, mas de fato alguma coisa similar aconteceu muito tempo atrás, quando os genes co-evoluiram com os mecanismos celulares que os copiam. Em seu novo livro "The Origins of Life", John Maynard-Smith e Eörs Szathmáry, impelem-nos a ver a vida em maior escala, começando a partir das primeiras e mais simples moléculas replicadoras. Eles descrevem todas as maiores mudanças na forma como a informação é transmitida, copiada e acumulada. O aparecimento de memes pode ser visto como o último estágio neste processo evolucionário, o que explica o aparecimento de uma espécie capaz de linguagem e cultura complexas. Nós somos máquinas de memes.</div><div><br /></div><div>E mais: este processo ainda não parou. Ele ainda está criando novos dispositivos de cópia de memes. A partir do momento em que a linguagem humana tornou-se um vasto sistema de transmissão de memes de alta fidelidade, ela inventou a escrita para permitir a estocagem de memes. Agora, telefones, máquinas de fax, copiadoras, computadores e a Internet, todos vêm incrementando a velocidade e facilitando a replicação dos memes. Nós podemos pensar que inventamos todas estas máquinas para nossa própria conveniência, mas uma vez que os memes têm continuado a progredir, estes dispositivos - ou alguma coisa como eles - são inevitáveis. A real força que direciona a evolução é o algoritmo evolucionário. E os reais beneficiários não somos nós, mas os memes egoístas.</div><div><br /></div><div>Da mesma forma que os genes egoístas, agrupam-se juntos visando protegerem-se mutuamente, e desta forma, eles propagam-se melhor em grupos do que quando sozinhos, dando origem assim a complexos de memes, ou memeplexos. Memeplexos incluem linguagens, religiões, teorias científicas, ideologias políticas e sistemas de crença como a acupuntura ou a astrologia. Da mesma forma que os memes, os memeplexos difundem-se desde que haja alguma razão para que eles venham a ser copiados. Alguns são verdadeiros ou úteis, outros são copiados apesar de serem falsos.</div><div><br /></div><div>Estes enormes memeplexos, com seus variados meios de propagação, formam o substrato de nossas vidas. Há ainda um memeplexo, talvez o mais poderoso deles que nós prontamente identificamos, que é o nosso próprio conhecido "eu". Como outros animais, nós temos uma imagem corporal--um plano de nossos corpos, utilizado para organizar sensações e planejar ações habilidosas. Também temos, assim como outros animais o possuem, a capacidade de reconhecer outros indivíduos e compreender que eles também têm desejos e planos. Até agora tudo bem--mas agora adicionamos a habilidade de imitar, o uso da linguagem e a palavra "eu".</div><div><br /></div><div>Cerne do Euplexo</div><div><br /></div><div>Em princípio, "eu" pode significar apenas "este corpo", mas logo este significado começa a mudar. Nós dizemos "eu gosto de sorvete", "eu não aguento fazer compras no shopping", "eu quero ser famoso", ou "eu acredito em Papai-Noel". O "eu" não se refere tão somente a um corpo, antes refere-se a um imaginário "ser interior" que tem intenções, posses, medos, crenças e aspirações.</div><div><br /></div><div>Este "eu" é o cerne do euplexo. E todos os memes em nosso euplexo prosperam porque trabalhamos para defendê-los em argumentos, para promovê-los em discussões, talvez escrever a respeito deles em livros e artigos. Desta forma, estes memes relacionados ao eu têm sucesso onde outros falham e então os euplexos desenvolvem-se.</div><div><br /></div><div>Uma vez que o eu começou a ser formado, ao ser confrontado com novas idéias ele emite um "Sim, eu concordo", ou "Não, eu não gosto disso". Embora cada eu seja único em um corpo que ele descreve como sendo "meu" e as idéias são reforçadas neste sentido, estas idéias todas são memes e o eu oferece a elas um paraíso seguro.</div><div><br /></div><div>Penso que a neurociência moderna deixa claro que o eu não pode ser o que parece. Nós podemos sentir como se tivéssemos um pequeno "eu" dentro de nós, que tem sensações e consciência, que vive a minha vida e toma as decisões por mim. Mesmo assim esta idéia não é válida ao ser confrontada com o que se sabe a respeito do cérebro. Olhe para dentro do cérebro e o que é que se vê? Não há uma central, dentro da qual todas as impressões chegam e de onde outras partem. Antes, o que existe é um maciço sistema de processamento lidando com inúmeras informações ao mesmo tempo, onde muito poucas alcançam a consciência.</div><div><br /></div><div>Pode parecer como se "minha" consciência desse início às ações deste corpo mas, como as experiências de Libet demonstram, o estado de consciência demora cerca de meio segundo para surgir, de longe, um tempo enorme para que ele inicie reações em um mundo de mudanças rápidas. E o cérebro está constantemente sendo mudado por tudo que acontece a ele, então "eu" não sou o mesmo que era quando eu tinha 10 anos ou mesmo há alguns momentos atrás.</div><div><br /></div><div>Existe uma grande e venerável tradição de pensadores que rejeitaram a idéia de um eu real e persistente. Buda declarou que as ações e as consequências das mesmas existem, mas que a pessoa que está agindo não existe. De acordo com a doutrina Budista, o eu está mais para uma construção sempre sendo modificada do que para uma entidade sólida. O filósofo do sec. XVIII chamado David Hume, comparou o eu com um calhamaço de sensações amarradas juntas por uma história em comum.</div><div><br /></div><div>Utilizando-se de metáforas mais modernas, Dennett argumenta que o cérebro constói múltiplos esboços do que está acontecendo enquanto as informações fluem através de seu sistemas de rede paralelos. Um desses esboços torna-se a história que contamos para nós mesmos e inclui a idéia de um autor dessa história ou um usuário da máquina virtual do cérebro - consciência é uma "ilusão benigna de usuário". Então, antes de uma entidade permanente que persiste, o eu pode ser mais como uma história a respeito de um ser que realmente não existe.</div><div><br /></div><div>Acredito que estas idéias têm implicações na forma como vivemos. Da mesma forma que a sociedade torna-se mais complexa e os memes difundem-se mais rapidamente e vão mais longe, nossos "eus" tornam-se mais complicados. A infelicidade, o desespero e as doenças psicológicas de muitas pessoas do mundo moderno podem refletir o fato de que o aumento do número de memes está forçando nossos não tão flexíveis cérebros a construírem um falso "ser" para sua própria propagação. Pode ser que a ilusão de usuário não seja tão benigna no final das contas. Alguns poderiam ainda dizer que a crença em um "ser" permanente é a causa de todo sofrimento humano - de medo, ciúmes, ódio e crueldade.</div><div><br /></div><div>Mas é possível viver sem a ilusão? Um jeito seria acalmar a mente. Técnicas como a meditação podem freiar os memes que estão constantemente competindo pelo espaço em nosso próprio cérebro, forçando você a manter-se pensando. Treinamentos de meditação de longa tradição demonstram ser possível fazer isso, ao afirmarem que anos de prática podem trazer o esvaziamento, compaixão e claridade da mente. Meditação simplesmente consiste em sentar-se tranqüilamente e limpar a mente de todos os pensamentos, e então, quando mais deles aparecerem, apenas deixá-los ir.</div><div><br /></div><div>A Meditação é por si só um meme, mas é, se você assim o permitir, um meme-limpador de memes. Seu efeito não é impedir toda a consciência de si mesmo mas antes criar uma consciência que é mais espaçosa e aberta, e parece, talvez paradoxalmente, ser sem um "eu" para experimentá-la.</div><div><br /></div><div>Se esta análise memética está correta, as escolhas que você faz não são feitas por um ser interior que tem livre arbítrio, mas são apenas a conseqüência de replicadores competindo em um meio ambiente particular. Neste processo eles criam a ilusão de um "ser" que está no controle.</div><div><br /></div><div>Dawkins finaliza seu livro "O Gene Egoísta" com esta famosa citação: "Nós, sozinhos na Terra, podemos nos rebelar contra a tirania dos replicadores egoístas". Portanto, se tomarmos a idéia dele a respeito dos memes seriamente e a levarmos a sua conclusão lógica, concluímos que não resta ninguém para rebelar-se.</div><div><br /></div><div>______________________________________</div><div><br /></div><div>Nota: Esse texto foi traduzido por mim em 2003 para o então site da STR. Não quero que se perca. :)</div></span></span></div>Najmahttp://www.blogger.com/profile/01129331866123466624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-246358722035749740.post-47560661886667637932011-07-28T06:47:00.000-07:002011-07-28T13:46:35.224-07:00No buraco mais embaixo de tudo...Interessante...<br /><br />Cena um, tomo um, ação: Como um vento ruim soprando as páginas do tempo, o termo "Darwinismo" associado a massacres volta com força depois dos atentados na Noruega em 22 de julho último, levados adiante por Anders Behring Breivik. Cristãos, arrogando-se o direito de contradizer Darwin em sua teoria da Evolução, costumam associar as práticas nazistas da segunda guerra com a teoria de Darwin, desmerecendo-a, ao reduzi-la a um dos mais fortes motivos para que o nazismo se empenhasse na "purificação" da população mundial, eliminando os "refugos" e desenvolvendo uma raça "superior". E isso, como é de se esperar, cai feito uma bomba sobre as mentalidades afeitas a colocarem a culpa pelo caos social nas costas de quem "não tem Deus no coração" e que "segue" a ciência. Darwinismo = ateísmo => coisa de quem não tem Deus no coração.<br /><br />Tomo dois: Do outro lado, como um vendaval deslocando o centro de massa do sistema para o buraco mais embaixo, vejo uma motivação política visando a manutenção da Europa para os europeus, sendo tratada como mais um capítulo da série: "Amor cristão mata". Sem escrúpulo algum, reduzindo a intenção do sujeito à simples loucura de um pretenso fundamentalismo cristão tocando as trombetas de Jericó contra os infiéis, as motivações políticas egemônicas são lançadas a um último plano de abordagem, visando fazer fulgurar a irracionalidade inerente à fé religiosa como a causa principal do massacre na Noruega(oi?).<br /><br />Observação: Sim, sim, mais do mesmo. Ao invés de procurar os motivos reais, ao invés de observar a tela ao fundo, parte-se para as cores berrantes em contraste. Polarização: De um lado, cristãos apontando o dedão unhento para uma característica de quem se atém à ciência para busca de respostas às questões do mundo. Do outro, ateus buscando respostas para os males do mundo na crença religiosa. Enquanto isso, lá no buraco bem mais embaixo de tudo, a razão, a motivação primeva, o que realmente impulsiona a roda da fortuna (a câmera adentra um fosso escuro, bem abaixo), dois olhos ambarinos faiscantes rompem a escuridão: A natureza animal.<br /><br />Incólume, intocável, à espreita, nossa natureza animal dita nosso comportamento à revelia de nossas mais sublimadas intenções. A sensação é de derrota. Mas como, se somos humanos, seres pensantes, racionais, como nós nos deixamos carregar por instintos?(aqui eu vejo uma claquete fechando...)<br /><br />Cena dois, um abre aspas gigante: O territorialismo, o senso de proteção à família, ao clã/grupo social em que estamos imersos, está entocado dentro de nosso cérebro límbico, uma camada abaixo e mais intrínseca de nossas mais elaboradas construções mentais, visando deslocar o eixo do sistema acima das raízes da árvore na qual ainda nos empoleiramos. Dessa construção teratogênica forçada, deslocando-se a copa para muito acima das raízes, o tronco exposto torna-se fino, fraco, um fio suspenso entre as nuvens no céu e o abismo. E é justamente nesse fio exposto, dividido entre os que crêem em Deus e os que não crêem, que desejam encontrar razões e fundamentação para todas as atividades humanas ilícitas. Fecha aspas (e claquete).<br /><br />Cena três: Uma brisa revolve os finos cabelos loiros... ah, o ar de superioridade em olhos cinza brilhantes e frios como o fio de uma navalha. Anders Behring Breivik, 32 anos, norueguês, resolve fazer parte de um plano de erradicação dos islâmicos na Noruega. O plano exige a elaboração durante 18 meses. Um ano e meio de esforços concentrados. Nesse ínterim, um manifesto é escrito explicando as razões, os motivos, as metas, tudo compartimentalizado e, à primeira vista, não dizendo coisa com coisa. Sim, é mais fácil dizer que ele é só mais um louco. Afinal, quem perderia seu tempo elaborando um plano macabro com requintes de racionalidade?<br /><br />Li gente chamando-o de psicopata. Outros alegam que ele é paranóico, narcisista. Um cristão fundamentalista de extrema direita. Um ateu "darwinista" sem deus no coração. E até agora, nenhuma menção a um ser humano exercendo sua intenção de defender seu grupo da invasão de outro grupo. Mas o caso é que grupos defensores da egemonia de um grupo são pura e simplesmente animais em luta pela defesa de território e do grupo. Quando o que nos torna humanos é sobrepujado por nossos instintos mais básicos, nós matamos, usurpamos, destruímos, tentamos eliminar a ameaça, sem remorsos pelo que possa advir de nossas ações.<br /><br />Cena quatro: Como Moisés na bílbia levantando o cajado contra o Mar Vermelho, dividindo o senso comum, pessoas na busca por explicações visando emporcalhar o que for mais importante ser emporcalhado no momento, puxando a sardinha pra brasa do próprio fogareiro, ou atendo-se à pretensa loucura de Anders, deixam passar o mais importante nessa e em outras muitas questões humanas com que nos deparamos a cada folheada de jornal, a cada acesso a site de notícias. O que nos torna humanos, essencialmente humanos, é também o que nos afasta de nosso ideal de viver em harmonia com o Cosmos, na base de alcançarmos as nuvens subindo pelo fio fraquinho suspenso acima do abismo naquela construção teratogênica de nossas elaborações mentais, visando afastar-nos de nossa natureza animal. E sim... ela, a nossa natureza animal, ainda nos surpreende. Nós a negamos. Mas ela está lá e faz parte de nós.<br /><br />A diferença entre religiosos que seguem seus deuses e ateus que os eliminaram é talvez o uso de hipocrisia para funções diferentes. Enquanto religiosos tentam manter a fachada de tementes a Deus e, portanto, "bons cidadãos", contando para isso com a hipocrisia da bondade de fachada, ateus contam com a hipocrisia de não estarem fazendo o mesmo que religiosos. E todos, sem discriminação, dançam conforme aquele ser de olhos ambarinos, à espreita no buraco mais embaixo de tudo, dita. Eu, atéia, também danço(derbaques em fúria, por favor...).<br /><br />Cena final: Na dança do ventre, o som dos derbaques marca a dança mais primitiva, ligada ao sexo feminino, apenas ritmo, sem outros instrumentos. Ela massageia e revigora o ventre de forma a dar melhor sustentação aos músculos pélvicos, além de fazer a dançarinha gastar energia e irradiar vigor físico. Um frenesi. Enquanto isso, mulheres cobrem-se com véus, são obrigadas a isso por causa de sua religião. Homens que professam a mesma fé que as mulheres envoltas em véus, matam e castigam as mulheres que não se submetem. E essa gente que mascara a sexualidade sob mantos escuros e sombrios como o kajal adornando os olhos, não é bem vinda por pessoas como Anders em sua terra natal, lutando pela manutenção de costumes essencialmente europeus, há pelo menos 2000 anos. A igreja católica tem perto dessa idade na Europa.<br /><br />Aí, vem gente e coloca representantes da religião católica de extrema direita como os mandatários de assassinatos dos de extrema esquerda na Noruega, visando erradicação de islâmicos na Europa. Minorias prejudicadas por representantes da ICAR em sua aceitação na sociedade, homossexuais, ateus, alimentam essa associação. Enquanto isso, lá embaixo, no fundo profundo de tudo, olhos ambarinos faíscam, à espreita...<br /><br />Assinalando: Trajetória parabólica da defecação em direção à ventilação. (claquete fechando com estrondo...)Najmahttp://www.blogger.com/profile/01129331866123466624noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-246358722035749740.post-33589947287840417622011-05-25T17:03:00.000-07:002011-05-25T17:15:56.038-07:00Da superioridade humana...<div><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" style="font-size: 17px;"><div><br /></div><div><br /></div><div>É que tem gente que não se contenta em simplesmente estar no topo da cadeia alimentar nem de ser parte de uma das espécies mais versáteis em termos de adaptação ao ambiente. Alie-se isso ao medo da morte ter feito com que criássemos uma idéia de transcendência e "plim!", deu-se a sensação de sermos mais que animais. A morte não podia ser o fim.</div><div>.</div><div>No final, essa idéia de transcendência é que acaba fazendo com que criemos mundos imateriais no pós morte para abrigar os que já se foram, já que não os vemos mais aqui e, se vamos a esses mundos, algo "deve" desprender-se de nós pela hora da morte, algo que pode vir a influenciar os vivos dando mostras de sua existência no além, ou libertar-se para jamais termos notícias novamente. O processo de criação de conceitos como alma, espíritos, deuses, anjos, demônios e esse "algo a mais"em relação aos demais seres vivos seria então um resultado dessa necessidade de transcender para não morrer. </div><div>.</div><div>Mas o interessante é que o universo existe porque alguém percebe essa existência. E se essa percepção depender de uma consciência, tudo deve ter algum grau de consciência que permita a interação com outras partes desse universo desde as mais ínfimas partículas até os confins do universo conhecido, emprestando existência a essas partes. E se for assim, a morte acaba sendo o fim de uma individualidade, humana no caso de estarmos falando de humanos, e não o fim da consciência que continuará existindo em toda parte. As implicações disso resultam numa explicação simples para o que acontece "no além". Nada sobrenatural, nada estranho demais... só a continuidade da existência em outras formas físicas, desde partículas até... </div><div>.</div><div>"Iluminados" já chegaram a conclusão semelhante ao afirmarem que todos somos UM, ou que todos "são" EU (já que existe um eu em cada coisa...), ou que existe uma vida eterna. O problema é que vinha sendo difícil explicar isso sem tantos conceitos que conhecemos agora e de que forma a inter relação de tudo com tudo se dá. Isso porque não sou eu ou você que vamos experimentar essa "ligação". Mas o tecido da existência, a matéria de que somos compostos, átomos e partículas interagindo e criando tudo a partir de uma mesma origem. </div><div>.</div><div>É assim que pela falta de termos melhores, já se falou em todos irmãos, irmão Sol, irmã Lua, irmã terra, animais irmãos... ou na unidade do todo, unicidade... E quem vê a si mesmo como superior aos demais seres e partes disso tudo ainda não entendeu a abrangência da coisa toda e contenta-se com pouco de quase nada, ou só com a supervalorização dos humanos com base na crença de sermos especiais por sermos "a imagem e semelhança do criador". Mas o "buraco é bem mais embaixo"... </div></span></span></div>Najmahttp://www.blogger.com/profile/01129331866123466624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-246358722035749740.post-27447560554832550022010-03-02T19:52:00.001-08:002011-12-16T17:44:26.383-08:00Pois é...<div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold; line-height: 22px; "><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(204, 204, 204); " ><br /></span></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold; line-height: 22px; " ><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(204, 204, 204); "><div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold; line-height: 22px; "><span class="Apple-style-span" style="color:#CCCCCC;"><br /></span></span></div>Vim de cidade grande. Nasci em São Caetano do Sul, SP. Estava sempre em contato com italianos, falava um português italianado que só quem viveu a vida perto de italianos aqui no Brasil conhece... e nem se dá conta. Pois então, eu falava italianado quando era criança e não sabia disso. Até que vim morar no interior... há 30 anos.<br /><br />Preconceito? Sei sim o que é isso. E eu não tinha uma religião<br />diferente, nem sou tão diferente assim, vai. Só que eu era um ET no meio de outras crianças que viviam aqui no interior há 30 anos e que de forma alguma estavam acostumadas a falar nem ouvir falar do jeito que eu falava. E eu achava o jeito delas falarem horrível... assim não sentia tanto quando elas me apontavam dizendo: - </span><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font-style: italic; "><span class="Apple-style-span" style="color:#CCCCCC;">Ói como qui ela é branca! Lumeia! Ô espichada! Sã, você num si pareci nada com a gente</span></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(204, 204, 204); ">... e lá ía eu pro canto e, se brincava na escola, sempre alguma inspetora ficava por perto prá evitar que eu machucasse os<br />pequeninos... e eles tinham a mesma idade que eu.<br /><br />Eu só era 20 a 30cm mais alta, mas isso nem era problema... o problema maior é que eu já estava alfabetizada, montando frases, lendo e escrevendo e eles ainda no </span><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font-style: italic; "><span class="Apple-style-span" style="color:#CCCCCC;">vovó vê a uva</span></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(204, 204, 204); ">... e a professora me excluía para não desestimular os demais: eu não podia mostrar o quanto eu sabia, pronto!<br /><br />Vivi 1 ano e meio desse jeito até que mais uma menina de São<br />Paulo veio estudar naquela escolinha. E eu fiquei tão feliz! Ela<br />era mais ou menos do meu tamanho, falava do mesmo jeito! E ela também gostou de me encontrar ali, a gente falava das mesmas coisas, brincava do mesmo jeito, tinha pais operários, não era filho de fazendeiro nem dono de alambique...<br /><br />Não demorou nada para que outras crianças nos achassem metidas, esnobes, e assim elas começaram a nos excluir de todas as brincadeiras possíveis, fazendo com que a gente se unisse ainda mais. Assim, diante dessa postura "racista" dos demais, eu e ela comprávamos o lanche uma para a outra, nós nos ajudávamos uma a outra com as lições, com o entendimento das aulas, sentávamos juntas... e resolvemos criar um grupo restrito, onde taubateanos "autóctenes" não entravam!<br /><br />Com o tempo mais gente foi chegando e nós ciceroneávamos os recém chegados. A Ford de Taubaté chamava o restante do quadro de funcionários, assim como a Volkswagen. Já não éramos alguns mas uns poucos que com o tempo se tornariam muitos e aos poucos, a sensação de precisar da companhia dos "iguais" foi passando... mas foi bem forte no começo. E aos taubateanos não restavam muitas opções não: era só nos aceitar ou viver correndo da gente...<br /><br />Até hoje eu destôo da gente daqui. É uma questão genética, ser alta, ter uma cultura diferente, gostar de coisas diferentes. Já não me apontam mais na rua, nem eu me sinto excluída. Mas ainda é um prazer imenso conhecer gente que é da minha terra... e é um prazer maior ainda ouvir o sotaque tão peculiar do pessoal mais velho de São Paulo quando eu vou prá lá, aquele jeito italianado, cantado e gritado de falar.<br /><br />Isso lembra alguma coisa? Lembra sim... que muitas vezes os<br />diferentes que são iguais em alguma coisa se vêem forçados a formarem grupos para sobreviverem em meio aos demais diferentes. Com os judeus não tem sido diferente disso... nem com os brancos vivendo num países de negros, nem com negros vivendo em países de brancos, nem amarelos vivendo em meio a nórdicos, nem com ateus vivendo no meio da crentaiada... é assim. Somos esnobes, metidos, excludentes e excluídos: somos OS DIFERENTES! E se quiserem fazer parte, não dá, infelizmente, já que não se pode mudar a ascendência genética, os costumes enraizados, o conjunto de crenças só por opção. Tem que fazer parte, ou não...<br /><br /></span><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; line-height: 13px; "><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(204, 204, 204); "><span class="Apple-style-span">Postado em abril/2003 - </span></span><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font-style: italic; "><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(204, 204, 204); "><span class="Apple-style-span">Lista Noosfera - Yahoogroups</span></span></span></span></span>Najmahttp://www.blogger.com/profile/01129331866123466624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-246358722035749740.post-22005759845784400332009-10-05T06:22:00.000-07:002009-10-05T06:29:23.918-07:00ExcertosDiscussões pelo orkut...<br /><span style="font-size:85%;"></span><br /><strong><span style="font-size:85%;">poltergeist- O fenômeno<br />Pessoal, no clássico filme "poltergeist-o fenômeno", em uma das cenas é mencionado o seguinte termo: "incidente de bilocação", que pelo que entendi seria uma abertura entre o nosso mundo e uma dimensão paralela ou o mundo espiritual como queiram. Pra quem não assistiu ao filme, é através dessa passagem que uma parapsicologa com a ajuda de uma médium consegue trazer de volta a pequena "carol Anne" para o nosso mundo. O que voces acham? Já ouviram falar desse incidente? É possivel acontecer isso, ou é apenas roteiro de cinema? </span></strong><br /><strong><span style="font-size:85%;"></span></strong><br /><span style="font-size:85%;"></span><br />Essas "batalhas" todas se dão no íntimo. Não há necessidade de "portais". O que acontece é que para quem faz o filme ou narra a história em terceira pessoa, a possibilidade de existirem tais portais e mundos espirituais ajuda a colocar as coisas numa perspectiva compreensível para quem está lendo ou assistindo. O problema está no fato das pessoas preferirem acreditar na existência real desses recursos de linguagem ao invés de experimentarem por si mesmas do que se trata essa percepção do "outro lado". A percepção do mundo ao redor passa pelo crivo cerebral, sempre. E quaisquer cisões, bilocações, não são possíveis fisicamente. Só no interior da mente de cada um. E isso ainda SE houver predisposição da pessoa conseguir fazer essa dissociação.<br /><span style="font-size:85%;"></span><br />O uso de algumas drogas pode induzir esse estado de percepção de "duas realidades". Mas isso, como no caso de envesgar os olhos e ver duas imagens, deve-se à perda momentânea ou não da capacidade do cérebro interpretar os estímulos sensoriais de forma coerente enquanto cria a percepção do momento presente. Durante todo o tempo em que passamos no estado de vigília - acordados - nosso cérebro é responsável por interpretar todos os estímulos do ambiente captados pelos sentidos da visão, audição, tato, gosto, cheiros. Se não houver um acordo entre o que é captado pelos sentidos e a interpretação final do cérebro, temos como resultado alguma alteração do que é percebido. Assim que se criam as alucinações, sensações bizarras de estar em dois ou mais lugares ao mesmo tempo, de ver pessoas que já morreram, de ouvir sons estranhos, "cheiros fantasma". Há quem, com base nisso, acredite que existe uma "outra realidade". De fato, se o cérebro não estiver capacitado a perceber a realidade como um todo coerente, a sensação de que "existe muito mais além" é bem "real". Mas isso não implica dizer que há "algo além". Só que, em determinado momento, houve uma ou várias falhas na interpretação dos estímulos pelo aparato sensorial e cerebral.<br /><span style="font-size:85%;"></span><br /><span style="font-size:85%;"><strong>Mas então????Como o Universo teve a capacidade de criar esse "poder" que é o nosso cérebro?Esse poder da mente humana? De onde vem essa capacidade mental que todos temos mas por poucos é conhecida?</strong></span><br /><br />Bem, o universo, por si só, é muito complexo. A matéria, por si mesma, é extremamente plástica e estranha quando se analisa a "tecitura" da mesma, o mundo das subpartículas que estão lá todo tempo mas que dependem de imensas quantidades de energia para serem libertadas das estruturas atômicas e moleculares que permitem a criação de mundos como o nosso, galáxias com centenas de bilhões de sóis, seres vivos das mais variadas formas e tamanhos a partir de moléculas replicantes, como é o caso do DNA. E pensar ainda que toda essa complexidade surgiu de um ponto infinitezimal é de fundir o cérebro de qualquer pessoa. Mas nem por isso há a necessidade de um artífice, de um regente, ou mestre de obras.<br /><br />O que se sabe é que nós somos resultado de sequências de eventos desde o princípio, que gerou condições para que houvesse formas de vida, inicialmente unicelulares como bactérias, que vêm evoluindo e adaptando-se às condições deste planeta desde há muito tempo atrás, algo em torno de 3,5 bilhões de anos. O que se sabe também é que formas de vida primitiva como bactérias extremófilas podem sobreviver às mais variadas condições climáticas não só daqui da Terra e podemos descender delas.<br /><br />O funcionamento do cérebro é incrível sim. A mente humana, fruto direto desse funcionamento é sim uma maravilha à parte. A consciência emergindo como resultado do funcionamento de cérebros complexos como o nosso é fascinante. E a falta de respostas para nossa condição de possuidores dessa maravilha a nosso serviço é insaciável fonte de especulações. Se acreditar que toda essa complexidade que se estende desde as mais ínfimas partículas deste universo até a própria estrutura universal, passando por cérebros de seres vivos das mais variadas complexidades e graus de consciência, foi criada por "Deus"for uma resposta suficiente pra você, como eu ou qualquer outro pode dizer o contrário disso?<br /><br />O máximo que eu posso fazer é mostrar que não é tão simples contentar-se com "Deus criou" quando se dá início à busca por entendimento "do que é tudo isso afinal de contas" e continuar sem respostas, uma vez que qualquer deus capaz de criar um universo tem de ser também extremamente complexo e detentor de infinitos atributos... O meu erro, no caso, seria perder a chance de buscar respostas concretas sobre <em>What the f*ck this all means</em> para dar prosseguimento à lista dos bilhões de nomes de Deus, aos infinitos atributos do Totipotente...Najmahttp://www.blogger.com/profile/01129331866123466624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-246358722035749740.post-15455262124855461332009-10-05T06:16:00.000-07:002011-12-08T03:18:47.082-08:00Evolucionismo x Criacionismo<span style="font-size:85%;"><strong>Introito:</strong></span><br /><br />No princípio, tudo era simples: Deus havia criado os céus e a terra... plantas para ornamentar sua criação, animais para povoá-la, o ser humano feito à sua imagem e semelhança para reinar sobre toda a obra deixada a partir de então à mercê de seus caprichos... porém, um detalhe pôs tudo a perder nos perfeitos planos divinos. Sua obra máxima, o cetro e a coroa de sua criação resolveram insurgir-se contra suas ordens... e eis que Ele teve de expulsá-los do paraíso perfeito, abortados de Seus planos de felicidade eterna e vida harmoniosa, pois comeram do único fruto proibido: o fruto do bem e do mal. A partir disso, Homem e Mulher aprenderam a duvidar e a questionar, aprenderam que teriam que lutar pelo seu sustento, pela sua felicidade... aprenderam que teriam que aprender como o mundo funciona...<br /><br />Muita gente pode ler essas linhas acima e pensar que eu estou de brincadeira com o que está nas escrituras do velho testamento bíblico. Na verdade não é uma brincadeira, apenas uma tentativa de introdução. Estórias como esta que são contadas em cursos de catecismo, que são lidas em voz alta pelos pastores em seus púlpitos diante de uma platéia aturdida, têm um certo papel a cumprir. Vêm ao encontro do desejo humano de conhecer suas origens e entender o que está fazendo vivo num mundo que parece não ter sido feito para ele... e foi assim, com a "assinatura divina", que tais escrituras chegaram até nós trazidas de milênios atrás através dos tempos para que de certa forma, nossas dúvidas fossem sanadas sem que continuássemos incorrendo no erro daqueles que são tidos por nossos pais bíblicos, a imagem e semelhança de Deus, Homem e Mulher que pecaram por não obedecerem, lançando sua descendência neste vale de lágrimas... Seria assim que a história de nossa espécie estaria sendo contada até hoje caso não tivéssemos dado um basta ao conhecimento imposto e buscado respostas por nós mesmos...<br /><br />Não é difícil dar início a um questionamento ininterrupto. Basta, para tanto, que a primeira pergunta leve a mais perguntas e estas, ao serem respondidas, gerem mais dúvidas que certezas e consequentemente mais perguntas. Durante algum tempo que se estendeu por séculos, nossa civilização ocidental acatou cegamente aquilo que lhe foi ensinado por aqueles cuja finalidade era espargir o conhecimento adquirido através do que se denominava "inspiração divina". Acredita-se que a bíblia inteira tenha sido escrita sob tal inspiração, daí sua importância durante o longo tempo em que as idéias eram dogmas e, consequentemente inquestionáveis, empurradas goela abaixo daqueles que se aventurassem a buscar compreender alguma coisa. Porém, ainda que certos de incorrerem em "pecado", alguns expoentes humanos resolveram não mais acatar o que lhes era imposto como verdade absoluta e deram início ao questionamento de sua própria natureza, não mais com base no que está escrito... mas com base no que seus olhos atentos e um real interesse em compreender ditava. Desta feita e em meio ao conhecimento cristalizado fornecido pela Igreja com base nas escrituras, que se deu início a uma grande e revolucionária jornada rumo ao desconhecido, com o firme propósito de desvendá-lo, perscrutá-lo e conhecê-lo na medida em que dispositivos de observação para auxiliar a análise foram sendo desenvolvidos. Estava dada a largada ao questionamento ininterrupto, gerador de dúvidas à espera de respostas, propulsor do que viria a ser conhecido por Ciência.<br /><br />Foi assim, ao munirmo-nos da Ciência, que o princípio, o início idealizado pelos supostos detentores das informações recebidas diretamente de Deus foi revisto, questionado e até certo ponto desmentido, não sem antes ser rechaçado pelos que crêem que não há verdade fora da Igreja... uma celeuma geradora de frutos que, à maneira do que está escrito, também expulsa o Homem de seu lugar privilegiado lançado-o no roldão dos seres criados, não à imagem e semelhança de um Deus, mas de acordo com as possibilidades de um mundo, que se descobriu estar em constante evolução. Mais uma vez o ser humano vê-se abortado dos planos divinos e lançado ao mar das intempéries, nu, desparamentado de sua realeza em relação aos demais seres vivos e à mercê da incerteza. Porém, antes de sentir-se órfão e desprovido de recursos para administrar o porvir, resolveu encarar o novo mundo povoado de animais extintos que o precederam no cortejo da vida e, através do estudo de tais seres, vem buscando a sua própria origem em meio aos escombros do passado.<br /><br />E é assim que nossa história da criação com bases científicas e sem dogmatismo vem pouco a pouco sendo escrita. Dados os avanços científicos, podemos hoje aventurarmo-nos na tentativa de reescrever o que está escrito. Mas ao contrário da Gênese Bíblica esta estória ainda não tem fim... e:<br /><br />No final, nem tudo será tão simples. Por certo não houve uma criação de céus e terras num princípio mas a partir de um evento de proporções cataclísmicas a estender-se até hoje, audível na radiação fóssil de fundo, cujo resultado é o universo visível composto por milhões de galáxias. Nosso mundo em seu nascimento em nada se parecia com o que vemos hoje, era quente, formado a partir dos restos da formação de nosso Sol orbitando à revelia, sendo amalgamado a partir das colisões de pedaços grandes e pequenos dessa matéria ensandecida. No correr de milhões de anos foi-se esfriando na superfície, dando origem a um árido e infernal cenário, sucedido por um período em que do acúmulo de gases, fez-se a chuva a cair ininterruptamente por milhares de anos. Vez por outra mais pedaços dos escombros da formação planetária chegaram a colidir com este mundo em formação, alimentando-o com mais matéria prima. Foi assim que no correr de muito mais tempo, em algum local apto a servir de berço que a vida surgiu... e o mundo, nunca mais foi o mesmo....<br /><br />Lígia AmoreseNajmahttp://www.blogger.com/profile/01129331866123466624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-246358722035749740.post-50290502328409049342009-10-05T05:39:00.000-07:002009-10-05T05:52:31.258-07:00O Pensamento MágicoNietzsche já dizia: <em>"Não há fatos, apenas interpretações</em>". Eu concordo com ele...<br /><br />Esta é uma história de forças arcanas. Segundo a interpretação do dicionário, Magia vem do Grego Mageia. É um substantivo feminino referente à Arte Mágica, ou à Religião dos Magos e, num sentido figurado, é a sensação ou sentimento que se compara aos efeitos da magia; fascinação; encanto. Assim temos que o estado de encantamento diante algum fato é mágico, perceber-se vivo e fascinado com a vida é estar vivendo a Magia; sentir-se fascinado e/ou encantado é experimentar a sensação de estar sob os efeitos da magia... Viver e perceber-se vivo é Mágico...<br /><br />Concordo: logo o arquétipo do embusteiro, do charlatão, daquele incauto que vendeu a alma ao demo, da bruxa e seu caldeirão de sortilégios, do crédulo em símbolos arquetípicos e praticante de rituais exóticos saltam às vistas à mais leve menção da palavra "Magia" e isto não é um fato isolado: para a maioria das pessoas são esses os símbolos ligados a esta palavra. Aliás, parece que é bem isso que se deseja que se pense. E é aí que a citação de Nietzsche ganha uma conotação visionária... as interpretações tomadas por fatos encapsulam a amplitude dos termos desviando os olhares para a cortina de fumaça lançada enquanto a raiz, a mola mestra, permanece inatingível ao olhar do leigo. Retirar essa raiz do solo das interpretações e ruminá-la deveria ser a postura de quem deseje realmente compreender o que move o mundo, de tal sorte que nada escape à compreensão, nem mesmo aquilo que não tem explicações científicas ou que deliberadamente calque-se na fé cega de seguidores de cegos.<br /><br />Existem religiões. A que se destinam? "Re-ligar" o ser humano às suas origens. Ótimo que estejamos estudando exatamente as origens quando exploramos a natureza dos átomos, as bases materiais de todas as estruturas que conhecemos neste mundo, a natureza das partículas que estruturam a matéria de que somos feitos e sim, não se sabe muita coisa a este respeito além do fato de sermos um sub-produto de matéria estelar lançada no espaço através de explosões cataclísmicas que envolvem a morte de estrelas supermassivas... assunto árido quando comparado à extensa obra cosmogônica espalhada pelos 5 continentes muito mais apetitosa, envolvendo batalhas no céu, envolvendo heróis, forças da natureza na forma de deuses, anjos e demônios, remetendo ao pó o que do pó veio. O que se nota é que a vontade de entender o que somos transcende barreiras culturais e praticamente todas as nações do mundo de todos os tempos têm em seu cerne aglutinador a mitologia "nativa" como base para a compreensão da origem e dos fins disso que a gente chama de existência. E de uma forma nada impossível de ser explicada, existe em praticamente todas as lendas envolvendo a criação, a idéia de uma origem, um princípio que vai do ovo cósmico à separação de terras e águas. Com certeza, isso surge com base na observação da natureza, onde tudo nasce, cresce, envelhece e morre.<br /><br />Tem sido dessa forma que, à maneira de Hermes Trimegistro e suas Leis Herméticas, legadas ao mundo num período onde já se dominava a escrita, viemos emprestando ao universo a visão humana e vemos através de nossos olhos atônitos uma ordem para qual não fomos criados à imagem e semelhança mas que tão somente reflete a nossa imagem "Assim acima como o é abaixo"... E eis a raiz do pensamento mágico, do universo centrado no umbigo de quem o observa e sofre as influências do portador de tal umbigo, da mesma forma que o portador sofre as influências de tal universo num processo simbiótico. Sim, evoluímos desde então e, a partir dos estudos sobre o comportamento humano, esse pensamento está ligado atualmente à mentalidade que temos no início de nossas vidas. A infância é o período onde o mundo gira ao nosso redor e sentimos que tudo podemos dentro desse mundo: à mais leve menção de água, logo um copo cheio aparece do nada e vem matar a sede... ou falar em papinha, já traz um prato com uma colher e mão empurrando o alimento para dentro. Quando isso é possível, a criança sente-se munida do poder de conseguir o que quer mediante a atenção e o zelo de seus pais que tudo observam, desde a mais ínfima manifestação de desconforto aos protestos mais eloqüentes. Bem entendido: quando estes estão atentos.<br /><br />Pois bem, a criança cresce e aprende que nem tudo está de acordo com aquela sensação de supremacia que envolvia seus primeiros anos de vida... aprende a interagir com outros membros que não lhe atendem as necessidades imediatas, o que pode gerar um sentimento de revolta e a busca pela satisfação imediata de seus desejos independentemente das condições do meio em que viva, o que então levaria tal indivíduo a pretender resgatar aquela sensação da infância na fase adulta ao tratar com supostos pais "supra humanos" que estariam atentos a tudo, beneficiando os mais bonzinhos e castigando os maus. Em linhas gerais e de forma beeeem resumida, esta seria a "visão" do pensamento mágico a partir da compreensão do comportamento humano. Embora muitos franzam os narizes ao serem comparados com crianças, não se pode fugir: parece que é somente este desejo de viver conforme a própria vontade o que anima tais seres em suas buscas e criação de dogmas e crenças das mais bizarras.<br /><br /><strong><span style="font-size:85%;">O umbigo do mundo...</span></strong><br /><br />Inquietude é o que me assalta quando eu vou em busca do algo mais que acaba invariavelmente sendo lançado para debaixo dos tapetes quando se deseja apenas descartar esse "pensamento mágico". Sim, já se foi o tempo em que explicações simples com base em contos e histórias da carochinha podiam satisfazer a ânsia de entendimento mas mesmo com todo aparato tecnológico de que dispomos hoje em dia, apenas alguns centímetros têm sido efetivamente caminhados no sentido de explicar alguma coisa de forma contundente e irrefutável quando desviamos os olhos daquilo que é palpável e quanto mais se observa o mundo, mais atônitos ficamos ao depararmos com a infinidade tanto acima quanto abaixo: do micro ao macro, tudo demonstra que infinito é um termo vago porém completamente aplicável... não conseguimos juntar as peças soltas apesar dos esforços em chegar-se a uma teoria da unificação. E o que falta afinal? A partícula de Higgs, supostamente responsável pela "criação" da massa dando peso e forma às estruturas complexas? Ou não seria isso apenas trocar os nomes de deuses de nossos antepassados por forças e partículas do tipo "peças chave" que desconhecemos na totalidade mas que percebemos que atuam de forma precisa em nosso universo observável?<br /><br />Até onde sei, a ciência estrutura o universo em que vivemos sobre os pilares de quatro forças a saber: forte e fraca (relacionadas ao mundo atômico), eletromagnética e gravidade (do mundo visível). Esses quatro "deuses da criação", loas, ou qualquer outro nome que se dê a elas, vêm trocando de vestimentas desde que começamos a buscar respostas: lá estão os 4 elementos - água, terra, fogo e ar, lá estão os símbolos da matéria com base no quadrado, no número 4 associado ao mundo material em numerologia com bases na Cabala Hebraica, lá estão os rituais mágicos envolvendo os 4 pontos cardeais... o mundo parece centrado no 4 e as quatro forças da natureza, peneiradas e retiradas dos entulhos de milênios de tentativas infrutíferas e sedimentares de compreensão na base da observação intuitiva e ritos levados adiante oralmente, não deixam mentir... Existe toda uma simbologia envolvendo círculos, cruzes, linhas retas e espirais utilizados desde as mais remotas eras como referência a mundo, deuses, homem, mulher e suas ligações com as divindades que remontam as mais antigas eras de nossa humanidade. Há ainda um que eu guardo comigo como um talismã, bem escondido dos olhos dos curiosos a fim de não levantar suspeitas... estou falando do Pentagrama envolvido pela singeleza de um fino círculo, o símbolo ligado à magia, à compreensão da natureza do universo onde, encimados pela alma humana, os 4 elementos rendem-se ao mesmo tempo em que dão estrutura ao que os encima. Não parece à toa que o associemos à própria estrutura anatômica de nossos corpos físicos com 4 membros e uma cabeça encimando as ações desenvolvidas por estes membros, cercado pela linha do horizonte a estender-se de maneira circular de onde quer que observemos... e bem ali no meu Pentagrama o universo é um círculo de raio infinito centrado no ser humano, cuja mente domina os 4 elementos...<br /><br />Ora dirão "mas é só um símbolo". E é mesmo... mas o pentagrama expressa algo que faz uma diferença e tanto quando buscamos a simplicidade de conceitos cada vez mais diluídos e desprovidos de existência própria e inviolável. Ele declara uma ordem vinda da mente humana que é obedecida pelos elementos, ele declara a integração homem-universo, alertando que, para a compreensão do mundo, não devemos descartar aquilo que lhe dá estrutura e empresta inteligência através da capacidade de perceber padrões... Sim! A inteligência de quem contempla o mundo é o quinto elemento estruturador, ao perceber-se sob o efeito da Magia de estar vivo. Simples assim, fácil assim... todo conhecimento trancafiado às sete chaves durante o tempo de perseguição aos que compreendiam essa natureza de inter-relação da mente com a existência do cosmo em contraste com o caos, disposto num símbolo singelo. Sem a mente que o contemple, a ordem no universo não existe. E isso é tão óbvio que até parece que todo mundo que já ousou tomar conhecimento dessas coisas já assimilou isso... ledo engano. Ficam adorando seus bezerros de ouro, lustram os tais bibelôs que criaram para adornar estantes e prateleiras empoeiradas dos conhecimentos arcanos sem atinar para isso... E até a Bíblia tem pelo menos duas citações dessa natureza no velho e no novo testamento: "Ele disse: Vós sois Deuses"... Talvez o que mais perturbe a compreensão de algo tão simples seja o sentido de "deuses" numa afirmação dessas. Sempre tem todo o significado que é dado ao termo, toda a definição, etc, etc, etc... o nome está viciado. Então, sem deuses a mesma frase fica: <vós><br /><br /><span style="font-size:78%;"><strong><span style="font-size:85%;">Per aspera ad astra...</span> </strong></span><br /><br />O que seria um Mago afinal? Alguém que entendeu isso de forma direta e, sem render graças a mais ninguém, é seu próprio mestre e discípulo, alguém livre... Mas por que ainda há tanto a que se prender nesse caminho? Durante séculos, por medo de serem flagrados em suas práticas, os Magos e bruxos criaram códigos e métodos de decifração de tais códigos para que apenas os "iniciados" tomassem conhecimento do que estava sendo ensinado. Talvez algumas chaves de interpretação foram perdidas e tudo o que se tem hoje em dia são inúmeros fragmentos de verdades escritas de difícil entendimento sem as tais chaves mas que são levadas adiante, principalmente por aqueles que ainda estão mentalmente na infância e desejando modificar a vida mediante a aplicação de fórmulas...<br /><br />Por incrível que pareça, há uma resistência imensa quando o assunto é simplificar para poder assimilar. Quando a minha razão entrou nesse mundo de pretensos Magos, de repente foi como se eu estivesse tentando tirar uma carta de uma pirâmides de cartas de baralho e, com isso, provocasse a ira de tais criaturas aferradas aos seus conhecimentos capengas e caros conceitos complicadíssimos adquiridos às duras penas durante anos de restrições na base das meditações e práticas muitas vezes esdrúxulas e desprovidas de sentido pela falta de compreensão. Com surpresa, constatei que elas literalmente montam guarda ao redor dessa estrutura, impedindo o acesso ao "leigo" e curioso, chamando-o de "lêndea", "parasita" e outras gracinhas... Foi assim que eu, uma curiosa, durante alguns meses tive que me confrontar com centenas de deuses em seus panteões alinhados e imbuídos de seus emissários, anjos e demônios, mobilizando céus e infernos ao evocarem loas, ou forças ancestrais criadoras do mundo e seus poderes sobrenaturais de investir contra ou a favor dos demais seres humanos a partir de fórmulas matemáticas(?). Travei contato com monstros apocalípticos de nomes estóicos, pesadelos tornados realidade, enquanto buscava a luz em meio às trevas, choro e ranger de dentes daqueles que, pretendendo a ascensão da alma humana às altas hierarquias criadoras de mundos através de sacrifícios sangrentos para a evocação de demônios, escarneciam de mim...<br /><br />Sonhos de picanha numa tarde pós-churrasco? Nada disso! Apenas meu parecer em relação às visões distorcidas e levadas adiante por quem não deseja desfazer-se da ilusão de ter acessado algum recôndito interdito aos demais mortais... mas que não passa de escritos na areia: a onda da razão vem e desmonta tudo. E estes são só os portões do conhecimento. É lógico que os cães montem guarda impedindo o acesso, afinal eles também não entraram e não se pode tomar o céu de assalto impunemente...<br /><br /><span style="font-size:85%;"><strong>Intermezzo... </strong></span><br /><br />Sim, houve a pretensão de criar intermediários entre a verdade arcana de que somos Deuses e que nossa inteligência é a responsável pela ordem que vemos no universo e as mentes dos demais seres humanos, com o intuito de faturar... é mais do que evidente que sempre houve os embusteiros e aqueles que, munidos de suas maldições, açoitaram as massas que não tinham acesso a tal conhecimento, numa tentativa de acumularem meios de ganharem dinheiro ou favores. Uma verdadeira religião com o intuito de re-ligar e servir de ponte entre criador e criatura para os que a seguem, teria a missão de libertar o ser humano do jugo opressivo de outro ser humano, fazendo-o ver que esse re-ligar é simplesmente dar-se conta de que estamos imersos num contexto de co-dependência com o universo imediato, aquele mesmo dentro da circunferência de nosso horizonte de ação, da mesma forma que o pentagrama ilustra tão bem... O fato, ou a interpretação dessa questão é que, tendo-se valido sempre de tais intermediários, a maioria das pessoas ainda guarda consigo a sensação de não ser merecedora de compreender os mistérios, aquelas questões que não são explicadas nem fazem sentido algum a menos que estejam dentro de um contexto iniciático. É assim que deuses ganham o espaço, forças da natureza continuam a ser aplacadas mediante a encenação de eventos cósmicos com base no "Assim acima como o é abaixo". É e tem sido a ignorância e o medo de errar muito o que vem mantendo as massas contidas dentro de sistemas de crenças tão elaborados quanto for a mentalidade de seus criadores.<br /><br />Também numa espécie de prolongamento da infância, cremos porque é um condicionamento de nossa própria espécie crer em alguém que consideremos superior. Somos seres hierárquicos, elegemos nossos superiores da mesma forma que nossos primos e parentes macacos... Nesse contexto, faz sentido também a fé num Deus judáico-cristão, grande patriarca, senhor supremo, o ápice da Hierarquia, que ama os bons e puros de coração enquanto aniquila os ímpios imperando, soberano em quem Lhe deposite a Fé, uma crença sem questionamentos. Faz sentido não se saber senhor de sua própria existência, não devendo a nada nem a ninguém além de si mesmo a execução de seus feitos... a ignorância ainda é o maior dos males. Sim porque só nós temos a perder ao Não abolirmos os bezerros de ouro e assumirmos nossa condição de regentes pelo menos de nossa própria vida. Sem deuses nem demônios... apenas nós mesmos.<br /><br />Como no pentagrama, se dominarmos as ilusões dos 4 elementos que nos sustentam, podemos adquirir o poder de agir conforme nossa vontade e não a vontade de deuses e demônios que admitimos como regentes do mundo. É dessa forma que ateus do mundo inteiro vêm fazendo sem darem satisfação a mais ninguém além de si mesmos e daqueles que os rodeiem em seu universo de ação, por não se permitirem crer sem provas, sem bases... e são mal vistos, seres de segunda grandeza. Por que? Simplesmente porque não se prendem aos grilhões de um conhecimento castrador, não se submetem às ordens e instituições, não aceitam outro deus senão eles próprios... simplesmente porque vivem e seguem com os instintos básicos que os permitem prosseguir seguindo a única lei que impera em nosso mundo animal: a da sobrevivência, além de munirem-se da razão capaz de explicar eventos, interpretando-os e colocando ordem no caos. Uma questão de consciência... Há estudos colocando a consciência dentro do funcionamento eletro-químico de nosso dispositivo cerebral... e se assim for, a morte física representaria o fim de toda uma jornada evolutiva que culminou na criação de um ser humano com seus sonhos, desejos, ansiedades, medos, tragédias pessoais, e, mediante a perda de sua funcionalidade, reduzido a um corpo inerte e sujeito à degradação biológica retornando aos seus componentes primordiais em algum tempo de ação de outros seres vivos. É certo ainda que não se sabe se o universo teve um começo ou se terá um fim. Não se sabe ao certo o que são elétrons, nem de que forma as membranas na 11ª dimensão conseguem criar singularidades consistentes com a formação de universos, nem se existem bilhões de universos como o nosso em algum complexo ainda maior que aquilo que enxergamos... Não se sabe ao certo nem mesmo a definição de "energia". E é assim que não temos respostas a nada de forma contundente porém, sabendo que não há deus senão o homem, algum alívio ainda pode ser alcançado. Pelo menos ao seguir vivendo o encantamento, o fascínio, em suma, a Magia no dia a dia... Nada como a pretensão de tomar o céu de assalto...<br /><br />Lígia Amorese ~ Março 2004<br /><br />Referências: O MISTÉRIO DA CONSCIÊNCIA - Antonio Damasio - Companhia das Letras<br /><br />O ERRO DE DESCARTES - Antonio Damásio - Companhia das Letras<br /><br />THE MAGICAL REVIVAL - Kenneth Grant<br /><br />Sobre comportamento humano: <a href="http://www.psiqweb.med.br/cursos/pensam.htmlhttp://www.salton.med.br/principal.phtml?par=id_menu%3Dimprensa%26id_imprensa%3D62">http://www.psiqweb.med.br/cursos/pensam.htmlhttp://www.salton.med.br/principal.phtml?par=id_menu%3Dimprensa%26id_imprensa%3D62</a><br /><br /><a href="http://www.salton.med.br/principal.phtml?par=id_menu%3Dinicial%26id_texto%3D25">http://www.salton.med.br/principal.phtml?par=id_menu%3Dinicial%26id_texto%3D25</a><br /><br />Leis Herméticas: <a href="http://www.pedreiroslivres.com.br/seteleishermeticas.htm">http://www.pedreiroslivres.com.br/seteleishermeticas.htm</a><br /><br />Teoria M: <a href="http://www.damtp.cam.ac.uk/user/gr/public/qg_ss.html">http://www.damtp.cam.ac.uk/user/gr/public/qg_ss.html</a>Najmahttp://www.blogger.com/profile/01129331866123466624noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-246358722035749740.post-66470626872166095002009-09-29T19:38:00.000-07:002009-09-29T19:38:50.196-07:00O Som e a PesComo humanos, temos sérias limitações físicas envolvendo nossos sentidos. Não vemos além de certa faixa de espectro luminoso, não ouvimos a partir de determinados tons, simplesmente nosso aparelho sensorial foi projetado para servir a uma mente habilidosa que vem se demonstrando apta a driblar tais deficiências a partir de outras capacidades natas apenas ao nosso gênero. Mesmo assim, a curiosidade quanto a como a natureza seria caso ouvíssemos além de nossa capacidade auditiva, ou víssemos mais cores além das do espectro visível, existe... e por vezes lança-nos na pesquisa e desenvolvimento de utensílios que nos permitam burlar e extrapolar tais limites.<br /><br />Fato: ondas sonoras infra-sônicas propagam-se a longas distâncias... um grito infra-sônico seria suficiente para avisar a mãe que se está chegando para o almoço ainda a caminho de casa, em outra cidade... bem, não vamos exagerar mas o caso é que elefantes fazem isso muito bem. A telepatia que lhes era atribuída há muitos anos como um meio de comunicação entre as manadas distando quilômetros de distância umas das outras, só foi explicada quando se percebeu que eles eram aptos a produzirem sons inaudíveis por nós mas que foram por fim gravados e classificados como infra-sônicos. Estava explicado um mistério que, sem querer, aponta para uma direção até então não cogitada. O que era tomado simplesmente por ・telepatia・ de tais paquidermes trata-se unicamente de eventos que fogem à nossa percepção hodierna por simples incapacidade nossa de escutarmos além de uma pequena faixa de freqüência de ondas sonoras. ・Baleias cantoras・ também fazem uso de pulsos infra-sônicos para comunicação com outras da mesma espécie... e numa extensa rede infra-sônica, habitantes submersos dos vastos oceanos do mundo comunicam-se livremente.<br /><br />Burlando e extrapolando limites, nós humanos caminhamos em busca de explicações para os fenômenos que nos acometem. É da nossa natureza questionar e buscar meios para satisfazer nossa curiosidade. Assim através de estudos envolvendo tais fenômenos alcançamos um sem número de outras questões a nos impulsionar a outros patamares. É assim que nessa condição atual de entendimento fazemos perguntas cada vez mais embasadas rumo às respostas mais convincentes.<br /><br />Afinal o que é a tão propalada Percepção Extrasensorial? Como o nome diz é a percepção de algo que está além do que pode ser sentido e codificado pelos nossos cinco sentidos básicos. Lembremos com base no enunciado acima, que nossos sentidos estão sujeitos às limitações auto-impostas pela evolução a fim de que pudéssemos dar continuidade a este mesmo processo evolutivo. Somos fruto de uma longa corrente de tentativa e erro da natureza que desembocou na nossa atual compleição.É da nossa natureza prática esquivarmo-nos de tudo o que não possa ser explicado de forma racional. Contudo da mesma forma, abrimos um leque de interpretações com base na mesma razão a fim de especularmos a natureza daquilo que está além do que possa ser sentido... Esta é a origem do misticismo.<br />Sem entrar nos meandros de tal ・disciplina・, o misticismo vem ao encontro da nossa necessidade de respostas às perguntas que fogem da natureza do que pode ser percebido pelos cinco sentidos. Mal visto, vem perdendo seu número de seguidores ao ser confrontado pela ciência e pela experimentação. Contudo, os fenômenos envolvidos no que chamamos de ・caminhos mágicos・ de entendimento acontecem... mesmo que não se possa explicá-los convenientemente.Desta feita, se algo acontece e ainda assim não se tem respostas, alguma coisa está errada. Talvez, por arrogância, não aceitemos o fato de simplesmente não estarmos sabendo formular as perguntas certas, nem talvez procurar as provas nos lugares certos.<br /><br />Há que se buscar respostas com bases nas perguntas certas. Muito bem, se há freqüências no espectro luminoso e sonoro que não são captáveis por nossos sentidos, isso não implica em dizer que tais faixas de espectro deixam de existir. Mesmo sem ver nem ouvir, somos continuamente bombardeados por tais freqüências além de nossa capacidade de distinção. Por conseguinte, de alguma forma elas podem ser pressentidas por nós, ainda que de maneira tão sutil que mal nos damos conta das mesmas... assim seria o caso de muitos dos eventos envolvendo PES estarem somente ligados a tal percepção de faixas de espectro além da normalidade...<br /><br />Deixando de lado a captação de luz por nossas retinas, um estudo mais aprofundado com relação ao som e sua influência sobre nossos corpos se faz necessária. O som é algo mais palpável por assim dizer que a luz, visto que provoca alterações mais sensíveis em nossos corpos que o que é meramente visível. Numa escala de sutileza, os sons aliados ao contato com outros seres e substâncias, estão muito vinculados à nossa natureza física. Eles fazem nossos corpos vibrarem com maior ou menor intensidade e é justamente nessa forma de ser percebido que eu vou adentrar.A Natureza do SomO som é uma vibração que é passada de um ponto ao outro através de átomos em um mesmo meio, ou de um meio ao outro. Quando produzimos um som em um violão, na realidade estamos apenas aplicando um efeito vibratório nas cordas distendidas através do toque de nossos dedos. O resultado que se ouve é o da corda vibrando e tal vibração ao cortar o ar circundante e ser transmitida às moléculas desse ar, atinge nossos ouvidos e é percebida como um tom sonoro. O interessante é que mesmo que não dispuséssemos de ouvidos aptos a ouvir, a vibração ainda assim seria perceptível na caixa do próprio violão, uma vez que esta também é composta por átomos e estes recebem a vibração da mesma forma, sendo o som, portanto, perceptível por nós através do contato com a mesma.<br /><br />Imaginemos então o que se passa com sons inaudíveis. Nossos ouvidos não os percebem diretamente mas da mesma forma que o corpo do violão, nossos corpos são feitos de átomos passíveis de serem estimulados pelas vibrações e estas ・ressoam・ em nossos órgãos. A pergunta chave é: qual o efeito desse ・ressoar・ inaudível? Infra e ultra sons estão freqüentemente cruzando nossos caminhos: o cricrilar dos grilos à noite oferece um bom exemplo de borderline sonoro uma vez que captamos apenas a parte audível de seqüências de cri-cris que extrapolam nossa acuidade auditiva. Quando ouvimos o morcego emitindo seus guinchos, da mesma forma apenas ouvimos uma parte mínima do som que foi realmente emitido na forma ultra-sônica. E os infra-sons? Os sons ・surdos・, aqueles que apenas fazem vibrar nossas caixas torácicas ainda que não sejamos capazes de distingui-los, invadem nosso sistema físico a todo momento. O oceano de magma sob nossos pés é uma fonte de tais sons, assim como o movimento constante da Terra, explosões, batidas de tambores, tons graves num órgão de igreja, as batidas de nosso coração, terremotos...Mas bem... e quais seriam os efeitos de tais vibrações percebidas de forma indireta? Não são audíveis, portanto não há limites de suportabilidade de tais sons que sejam perceptíveis em termos de sentidos mas... o que aconteceria caso fôssemos expostos a este tipo de som por um tempo suficientemente longo e numa freqüência perceptível como uma vibração poderosa em nossos corpos?<br /><br />A pesquisa mais documentada sobre os efeitos dos infra-sons no corpo humano foram levadas a cabo pela NASA, nos idos anos 60, época da corrida espacial. Estudou-se os efeitos que o barulho dos foguetes poderia produzir nos corpos dos astronautas, especialmente durante o lançamento e seus testes confirmaram que a certo volume, os infra-sons causavam várias reações fisiológicas. De acordo com os resultados divulgados pelo pesquisador GH Mohr, uma pessoa exposta a freqüências entre 0 e 100 Hz aos 150-155 dB percebe vibrações na caixa torácica, mudanças no ritmo respiratório, sensação de náusea, dor de cabeça, alterações visuais, tosse e fadiga. Pesquisas subsequentes determinaram que a freqüência em que ocorrem alterações visuais, em conseqüência da vibração do globo ocular, é da ordem de 19 Hz. Os efeitos dessa freqüência específica foram confirmados ainda pelo engenheiro Vic Tandy, em sua tentativa bem sucedida de desmistificar a ・assombração・ que perturbava a paz de seu laboratório na cidade inglesa de Coventry. As aparições do ・fantasma・ eram marcadas pela sensação de desconforto e vislumbres de uma vaga silhueta acinzentada... Quando foi determinado o ponto em que tais aparições aconteciam, Tandy percebeu que correspondia ao local onde havia sido instalado um novo exaustor que, após medições, percebeu-se vibrar na freqüência dos 18,9 Hz... Esse evento fez com que o engenheiro vislumbrasse a possibilidade de pesquisar outros locais ・assombrados・ a fim de detectar a freqüência dos 19 Hz, a que provoca alterações visuais pela vibração do globo ocular. Acredita ele que outras sensações como arrepios na nuca e a de mudanças na temperatura ambiente podem estar associadas ao efeito dessa freqüência específica no corpo humano.<br /><br />Ah... uma luz ao fim do túnel... então é isso! Fenômenos que a ciência não admite como realidade, a famigerada PES ・ Percepção Extrasensorial pode acontecer apenas pelo contato com freqüências abaixo de nossa capacidade auditiva. Estaríamos portanto à mercê desses efeitos quando freqüentando um terreiro de Umbanda por exemplo? Bastam medições... atabaques e surdos em batidas feéricas a fim de produzir sons que estimulam o transe e a perda dos sentidos, a ・alegria do terreiro・! E os mantrans orientais? Sons nasais, OM contínuo... numa freqüência baixa, fazendo nosso interior tremer, a vibração primeva do cosmo... Parece que uma chave para a compreensão do que se passa além dos 5 sentidos básicos foi achada. Assim, não adianta negar que fenômenos que fogem do hodierno ocorrem. Não adianta fechar-se para o desconhecido na esperança de que nada de paranormal ocorra. Há a necessidade sim de estudos sérios que busquem respostas às questões... e acima de tudo, o respeito para com aqueles que experimentam tais fenômenos. Afinal, ninguém está isento de tomar contato com freqüências infra-sônicas e experimentar os arrepios na espinha e visões fantasmagóricas...・Ora direis ouvir estrelas・... e até mesmo elas são audíveis. Os radio-telescópios que captam o som de suas entranhas continuamente dão mostras de que o Universo é uma grande sinfonia e já não somos surdos às harmonias celestes... E o místico em suas evocações mântricas já não pode ser tomado por apenas um lunático quando alega tomar contato com outras dimensões... O fato é que estamos imersos num oceano de vibrações e a mente humana avança a descobrir que o verbo se fez carne, ou, pelo menos, que a carne sofre os efeitos do verbo... por volta dos 19 Hz.<br /><br />Lígia Amorese GalloNajmahttp://www.blogger.com/profile/01129331866123466624noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-246358722035749740.post-90850965050025440742009-05-17T21:21:00.000-07:002009-05-17T21:27:44.753-07:00Ser Ateu é...<span class="Apple-style-span" style=" font-weight: bold;font-family:Verdana;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 13px; font-weight: normal; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: georgia;">Tem gente que não sabe o que é ser ateu... mas basicamente ser ateísta é não precisar de um Deus nem de deuses para justificar os próprios atos. Não é simplesmente "negar" a existência de deus/deuses. É assumir a responsabilidade de estar vivo e viver conforme a própria consciência, fruto do funcionamento cerebral.<br /><br />Ser ateísta portanto é não ter vínculos com outras realidades supra-humanas, é estar livre para decidir por si mesmo, sem medo de estar indo contra ou esperando estar a favor de algum tipo de supra-consciência à qual se deva obediência. É reduzir as crenças a um número limitado delas, focadas no aqui/agora. É não se saber ligado aos demais por algum tipo de poder sobrenatural mas simplesmente pelo fato de "apenas" ser um ser humano convivendo entre os demais seres humanos e de acordo com as leis humanas. É não esperar recompensa por seus atos senão aquelas que outros seres humanos possam oferecer como recompensa.<br /><br />Ser ateísta é ser "simples", é ter cortado todo excesso, é enxergar a vida pela perspectiva humana, sem a necessidade de deificá-la nem a necessidade de deificar a que quer que seja. E lógico que ateístas têm Fé, Fé em si mesmos mas ela não os "cega", pelo contrário, ela faz abrir os olhos para o que está acontecendo a fim de que se tomem as medidas necessárias, sem acreditar numa outra justiça maior do que aquela que possa ser levada a cabo por si mesmo ou pelos desígnios humanos.<br /><br />Da mesma forma como não há provas da existência de Deus e, caso alguém afirme categoricamente que Ele existe o ônus da prova recai sobre quem afirmar, também não há provas de que ele "não existe" e nenhum ateísta se engajará de buscar as provas de uma "não existência", uma vez que não há meios de provar que algo não existe...<br /><br />Contudo, há meios sim de aceitar a existência de algo que<br />comprovadamente existe. Portanto, para um ateu deixar de ser ateu bastaria que alguém provasse a existência de Deus, coisa essa que os teístas em sua Fé em Deus ainda não foram capazes de provar... e aí? Qual o problema em ser Ateu? Se para que Deus exista basta que se creia nele, alguém que negue a necessidade de crer em Deus não pode ser tomado como portador de uma Fé cega... apenas alguém não preocupado com o que não faz falta.<br /><br />Faça uma experiência sem medo: tire Deus/deuses do palco da<br />existência e veja, perceba o que sobra. O que sobra? A mesma vida de sempre... contudo muito mais "ameaçadora" pelo fato de exigir a própria tomada de decisões ao invés de depositar-se tais decisões em alguém ou algo além de "si mesmo". Perceba que não tem mais ninguém observando seus atos além de você mesmo e assim qualquer coisa que você faça estará de acordo apenas com a sua vontade, não a vontade de um ser superior a você. Pense nisso.<br /><br />A crença em Deus antes de ser uma "necessidade" é o maior dos vícios. Ela expressa imaturidade e a necessidade de um Pai guiando os próprios passos de quem estiver "viciado" em acreditar num "pastor", num condutor. É alienante e altamente prejudicial ao desenvolvimento pleno da potencialidade humana... Visto dessa perspectiva, um Ateísta só perdeu o vício, como alguém que deixa de fumar, como alguém que deixa de beber, como alguém que deixa de se drogar e entorpecer... Um ateísta "sabe" que ele é o responsável por qualquer atitude que venha a tomar. Daí a opção pela Ética acima de tudo.<br /><br />Há várias questões para as quais Deus e a espiritualidade é a resposta, e que de certa forma quem tentar respondê-las pode vir a fundamentar-se na crença em nele ou em espíritos fim de validar as possíveis respostas... vamos a algumas delas, numa espécie de FAQ:<br /><br /><br />Como a Matéria sem vida cria vida? A resposta seria: através da vontade de Deus? Ou...<br /><br />Um segredo? Qualquer porção de matéria que contenha os ingredientes necessários ao desenvolvimento de organismos simples, ganha "vida" no correr do tempo sob as condições propícias ao desenvolvimento de tal "vida". O Universo parece ser apto ao desenvolvimento de vida, a matéria parece<br />ser apta a desenvolver seres conscientes em algum ponto da jornada evolutiva... mas e aí? Acrescentar um ingrediente a mais em algo não faz desse ingrediente uma necessidade... a menos que se prove que "SEM" tal ingrediente a vida não se forma... coisa que parece que está prestes a ser comprovada, ou seja estamos prestes a comprovar que bastam os ingredientes e as condições necessárias ao surgimento da vida para que ela simplesmente "ecluda", apareça. Mas isso é prova da existência de Deus ou apenas uma das várias<br />qualidades da matéria que ainda não conhecemos totalmente?<br /><br />Como se dá a Percepção extra sensorial? A Espiritualidade parece Ter a resposta mas... <br /><br />Somos animais como todos os demais. Temos sentidos que ainda não conhecemos. Alguns animais têm sentidos<br />mais apurados que outros... percebem variações sutis na atmosfera, vibrações sutis na forma de sons inaudíveis mas que podem ser sentidos pelas partes moles ou ocas do organismo. Nós percebemos estes sons inaudíveis... percebemos o campo magnético da Terra, percebemos de que forma está tudo interligado na teia da vida... mas<br />isso é prova de que Deus existe, ou apenas uma das condições de se estar vivo e imerso num sistema fechado onde tudo co-participa e é co-dependente? A suposta "ligação" entre as pessoas a quilômetros de<br />distância pode ser simplesmente fruto de algum sentimento que as une e isto sim deveria ser estudado, a forma como o Amor faz romper barreiras entre o Eu e o Outro... mas o Amor é prova da existência de Deus? Ou é algo "imanente" na própria "vida"? O que é o Amor para que possa ser confundido com um "algo mais" além de nós mesmos?<br /><br /><br />Como a Matéria sem propósito criou o propósito e a ordem? <br /><br />Mas, quem "vê" tal ordem? Quem "vê" tal propósito senão nós mesmos? O universo é um caos que nós percebemos ser ordenado... a inteligência é capaz de ver tal ordem... mas isso é prova de que Deus existe? Ou a necessidade de "ver" tal ordem nasce da necessidade de compreender o caos? "Ver" padrões indica que algo está sendo compreendido, nosso<br />cérebro funciona assim, ele seleciona partes desconexas e as agrupa conforme as semelhanças encontradas entre elas... onde está Deus na ordem que nós mesmos emprestamos ao Universo?<br /><br /><br /><br />E a Reencarnação... como se explica sem a existência de espíritos e Deus? <br /><br />Hum... Você sabe como o cérebro funciona?<br />Nem os cientistas sabem completamente... mas estão pesquisando ao invés de atribuir as qualidades desse órgão à existência de um Deus ou de uma consciência migratória. Sabe-se hoje em dia que tudo o que experimentamos nasce do equilíbrio físico-químico das reações que desencadeiam os pulsos elétricos a serem transmitidos em cadeia pelos<br />neurônios dentro do cérebro. Ampute-se uma parte disso, lesione-se alguma região lá dentro da cabeça de um indivíduo e a "personalidade" diferenciada por algum ou outro atributo já não existe mais! Leia o Erro de Descartes do Damásio, leia O Mistério da Consciência, O Sentimento de Si também dele. Não estou "mandando" que se leia... é apenas uma sugestão.<br /><br /><br /><br />Assim só para concluir, ser Ateu não é negar a maravilha, o<br />grandioso, o magnífico. É simplesmente não precisar de explicações com base na "fé cega" para algo que carregamos conosco mesmos...<br />Tire Deus agora e o que sobra? O Universo, toda a maravilha e beleza que nós experimentamos a partir de nossa inteligência e nossa capacidade de vermos padrões e ordenação. Não há palavras para se descrever o fato de sermos partes disso tudo e termos inteligência para perceber a grandiosidade e a infinidade contida em cada porção mínima de matéria. Quem já tenha lido sobre a física de partículas, sobre Mecânica Quântica já faz uma idéia: A maravilha não para no átomo, ela adentra ainda mais esse mundo diminuto estendendo-se para além dos limites de nossa compreensão. Para quê Deus e tudo o que nos condicionamos a acreditar que Ele represente para nós? Já não basta estarmos vivos e experimentando o mundo? Para que um regente supremo de nossos atos além de nós mesmos? E se tudo é imensamente maior do que percebemos, para que cedermos a uma certeza que é a Fé na existência de Deus?<br />Percebe? Ser ateu é ater-se ao presente e simplesmente vivê-lo... é estar ancorado no meio do nada que se faz tudo quando é observado e vivenciado a partir da inteligência seja ela humana ou animal, seja ela inerente à matéria ou não, não importa.<br /><br />Lígia Amorese Gallo<br />Dez/2003 </span></span><br /></span>Najmahttp://www.blogger.com/profile/01129331866123466624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-246358722035749740.post-2871258625067556132009-05-14T18:52:00.000-07:002009-08-16T21:18:15.503-07:00Criando Deus<div>O que é inerente ao <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0">gênero</span></span> humano, pertencente ao grupo dos primatas,é o respeito à hierarquia. Tudo o que viemos criando desde os primórdios da civilização tem por base o respeito à hierarquia. Isto vem sendo estudado a partir do comportamento dos grandes <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1">símios</span></span>, caso dos gorilas e <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2">orangotangos</span></span>. Eles têm a liberdade de elegerem um soberano e seguem-no fielmente. Fêmeas dão preferência a ele para procriar, existe sempre uma fêmea <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3"><span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_3">predileta</span></span>, existem outras que lhe rendem tributos, assim como ao "soberano" do grupo, que disputa seu título com outros em brigas para provar quem é o mais forte dentre todos..Assim com bases no "seguir as normas hierárquicas", nós humanos criamos nossos representantes na figura de Reis, Patriarcas,Dirigentes, Presidentes... já que temos esse princípio de obediência ao soberano em nossos códigos genéticos. Ao nos estruturarmos em grupos maiores, nós humanos vimos que em certas <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_4">circunstâncias</span> ficaria difícil eleger um soberano supremo que fosse obedecido fielmente pelas demais tribos sem contestação. Como a superioridade acabou sendo frágil senão em termos absolutos, a <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_4"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_5">idéia</span></span> de um DEUS soberano foi implantada. Ao abraçarmos a <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_5"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_6">idéia</span></span> de um Pai criador, um Deus, ou Deuses acabamos com este problema inerente à necessidade humana de ter um superior e temos condições de "eleger" não mais por provas de força física, aqueles que teremos por representantes desse Deus, ou de tudo o que é bom e perfeito (portanto não humano) na Terra.</div><div><br /></div><div>Ao afirmar-se que o ser humano tem por base a busca pela felicidade, a paz entre os membros, incorre-se no erro de não prestar atenção ao que é marcante no <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_6"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_7">gênero</span></span> humano: a vontade de ser líder, de comandar, de ter poder sobre os demais membros da sociedade. Aos homens cabem as provas físicas de poder, sejam elas com bases apenas na <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_8">exteriorização</span> da força bruta( por parte daqueles que tenham dotes físicos para tanto ), até da "força intelectual", que prevalece entre aqueles espécimes humanos não tão bem dotados fisicamente a ponto <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_7">e vencer</span> brigas, acabando por vencê-las pela <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_9">inteligência</span>.Uma forma encontrada pelos fracos que querem ser fortes e seguidos,tem sido criar normas e regras que visem fazer a humanidade "irmã" em torno de uma <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_8"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_10">idéia</span></span> base. Quando essa <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_9"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_11">idéia</span></span> base é Deus, somos irmão sem Deus e obedecemos as leis criadas pelos homens fracos física ou intelectualmente, em nome desse personagem Deus a fim de "nivelar" as diferenças entre as castas humanas, que todos reconhecem ( propensão genética ) que existem mas passam a não admitir a existência a partir do momento que se consideram "irmãos em uma causa"!</div><div><br /></div><div>Ao acreditarmos em Deus Pai, Deus Ciência, Homens Deuses, estamos apenas seguindo o plano humano para aceitar as limitações e a própria condição de fraqueza "por não ser forte o suficiente para ser soberano do grupo", ou no caso das mulheres "a fêmea <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_10"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_12">predileta</span></span>"!Isso é a simplificação da simplificação em termos do que acontece nas sociedades, mas os exemplos são tão claros que me é impossível aceitar tal argumento como não mais do que "a mais cândida verdade"quando falamos da necessidade de termos estruturas de pensamento que visem o "nivelamento" no mundo. Vivemos aquilo que temos em nós, <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_11">e quê</span> acreditamos, e as sociedades falam disso o tempo todo. Tudo o que pensamos, seja em termos religiosos, políticos, filosóficos apenas validam esta necessidade de elegermos nossos líderes quando não estamos em condições de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_12"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_13">pleitear</span></span> tal liderança, ou quando exercemos <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_13">a liderança</span> sem sermos merecedores dela.Um exemplo típico disso pode ser encontrado nos que criam seitas religiosas ( ou não ) "do nada" e que angariam seguidores apaixonados. Estes criadores de seitas não raro apresentam uma aversão ao <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_14"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_14">gênero</span></span> humano por simplesmente não fazer parte do "<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_15"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_15">time</span></span> de frente", por não ser o mais belo, por não ser o mais inteligente, <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_16">por não</span> poder vencer aos demais em exibições de poder, por ser de uma casta ou raça considerada inferior. Estes "criadores de seita"então, munindo-se de seguidores que considerem inferiores a si mesmos, iniciam movimentos que visem a inversão dos valores que os excluem do poder na sociedade à qual pertençam. Aos seguidores <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_17"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_16">detais</span></span> homens, acaba havendo a tarefa de enaltecer-lhes as virtudes afim de validar a adoração que rendam a eles, ao que eles pregam.Normalmente os medíocres agrupam-se em seitas deste tipo e não raro chegam ao poder e ao controle de grandes massas humanas. Vide exemplos nas sociedades Fascistas e em regimes onde prevalece <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_18">o Fundamentalismo</span> Religioso à frente dos representantes políticos.</div><div><br /></div><div>Num lado oposto, convém destacar, existem aqueles que não têm tanto interesse pelo poder, mas seus feitos pelos demais do grupo são reconhecíveis e admiráveis. Estes são os líderes natos ( alguns tornaram-se pilares das religiões vigentes no mundo), ou simplesmente <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_19"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_17">reis</span></span> que fizeram seus seguidores alcançarem vitórias memoráveis e que são aclamados e idolatrados. Não raro, esses representantes dignos que são elegidos pela sua capacidade latente e inerente em si mesmos,são mortos e espezinhados por aqueles que se sentem "invadidos" e ameaçados em sua pretensa e inválida ascensão ao poder. Estes medíocres, munindo-se de conceitos medíocres que lhes validem as <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_20"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_18">ações</span></span> medíocres, matam e trucidam todos aqueles que lhes ponham à mostra a própria inferioridade "escondida" dos olhos dos demais pelas <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_21"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_19">regrinhas</span></span> criadas e pelas "verdades" que criam. Os que os seguem e professam suas regras são da mesma categoria.Assim eu não considero válido o argumento de emprestar ao ser humano virtudes tais que o façam "buscar ideais de beleza e felicidade" para todos. Antes, todos buscamos o poder, seja através de nossos próprios feitos, seja através daqueles ou daquilo em que acreditamos que nos façam alcançar tal poderio. Os exemplos disso podem ser encontrados até em listas de discussão. Há exemplos inclusive no que se considera "submundo das drogas". Em seus cartéis, estes que vivem à margem da sociedade, criam seus próprios líderes e seus representantes. O Deus nesse caso passa a ser o Dinheiro, sendo a riqueza uma das formas mais convincentes de demonstração de poder...como já diziam, quem não tem cão, caça com lagartixa e cada um busca para si as crenças que validem sua ânsia de "ser o bom, o tal, o maioral". Os meios pelos quais alcançam esse "<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_22"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_20">status</span></span>" varia conforme o que cria os grupos.</div><div><br /></div><div>Vale matar, vale roubar, vale destruir, excluir, traficar, burlar...tudo o que é errado faz parte da vida humana, mais do que todas as virtudes enumeráveis. Isso porque as virtudes e sua aceitação, são apenas <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_21">consequências</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_23"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_22">diretas</span></span> da necessidade de "acalmarem-se os ânimos" daqueles que se considerem <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_24"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_23">inaptos</span></span> a <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_25"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_24">pleitear</span></span> o poder por si mesmos. O que vale, no final das contas é combater. Quem não se sente forte para lutar por si mesmo, apela para conceitos que validem sua inferioridade em bases aceitáveis e isso é tudo.Visão tenebrosa essa, mas é apenas um retrato realista da verdadeira condição humana. Pode-se ver algo de bom nisso tudo, afinal sobrevivemos... mas isso devemos a quem criou o conceito de Deus,desde lá nos primórdios... só assim pudemos sobreviver e chegar até os dias de hoje "ilesos de nós mesmos". Não que isto valide a <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_26"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_25">idéia</span></span> da existência de um Deus soberano. Antes, valida a <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_27"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_26">idéia</span></span> de que devemos a nossa <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_27">sobrevivência</span> frente os nossos instintos de destruição e auto-aniquilamento, pela prática da Fé em um ente supremo e seu séquito que permitiu que NÃO nos matássemos uns aos outros de forma mais "<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_28"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_28">acintosa</span></span>".Até que para primos de Gorilas fizemos bonito...</div><div><br /></div><div><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_29"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_29">Lígia</span></span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_30"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_30">Amorese</span></span>,</div><div>maio 2002</div>Najmahttp://www.blogger.com/profile/01129331866123466624noreply@blogger.com0